Reportagem do Jornal da Band, assinada por Túlio Amâncio, revela que as então senadoras sul-mato-grossenses, Simone Tebet (MDB), e Soraya Thronicke (Podemos), foram espionadas pela "Abin paralela", investigada pela Polícia Federal.
Segundo a reportagem, Simone (que ainda era senadora) e Soraya estão na lista de senadores espionados por fazerem parte da CPI da Covid, no Congresso. Elas tiveram destaque na CPI e depois foram candidatas a presidente, em oposição a Jair Bolsonaro (PL). Além delas, teriam sido espionados: Otto Alencar, Rogério Carvalho, Omar Aziz, Humberto Costa, Alessandro Vieira, Renan Calheiros, e Randolfe Rodrigues.
Ainda segundo a reportagem, a lista inclui ministros do então presidente, Jair Bolsonaro, Abraham Weintraub, da Educação, Anderson Torres, da Justiça, Flavia Arruda, da Secretaria de Governo e o antecessor dela, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que saiu rompido com a família do ex-presidente.
Deputados federais que foram aliados de Bolsonaro e romperam, como Alexandre Frota e Kim Kataguiri, também entraram no radar de monitoramento, junto com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Segundo a investigação, foram mais de 60 mil acessos feitos pelo programa espião, que também teve governadores João Dória, de São Paulo, e Camilo Santana (PT) do Ceará, como alvos.
A lista também teria incluído os ministros Alexandre de Moraes, Roberto Barroso e Gilmar Mendes. A investigação aponta que o monitoramento ilegal era conduzido por Alexandre Ramagem, delegado da Polícia Federal e ex-diretor da Abin. Ele teria como principal articulador o filho de Jair Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro.
Foto: Agência Senado