A Amazônia Legal teve uma redução de desmatamento de 60%, quando comparado janeiro de 2023 com janeiro de 2024. A derrubada passou de 198 km² para 79 km² no período. A perda florestal equivale a 250 campos de futebol por dia. Este é o décimo mês consecutivo na redução do desmatamento. Os dados são do Imazon, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, que são coletados através de imagens de satélite.
A Amazônia Legal é composta por todos os estados da Região Norte, além de Mato Grosso e de parte do estado do Maranhão.
Roraima foi o estado com a maior devastação nas primeiras quatro semanas de 2024, foram 32 km², o que representa 40% da área derrubada da região. Mato Grosso, com 19km², e Pará, com 18km², ocupam a segunda e terceira posição.
Segundo a pesquisadora do Imazon, Larissa Amorim, geralmente Amazonas, Pará e Mato Grosso ocupam os primeiros lugares no ranking de desmatamento. A liderança de Roraima neste janeiro provavelmente ocorreu pelo fato do regime de chuvas no estado funcionar de forma "inversa" ao dos outros oito estados que compõem a área monitorada.
"Enquanto a maioria dos Estados está passando por esse período mais chuvoso, com chuvas mais intensas, Roraima está passando por um período mais seco. Então, historicamente analisando os nossos dados de monitoramento, o estado de Roraima costuma dar um pico no seu desmatamento nesses meses que são mais chuvosos, que oscila entre os meses de novembro até maio do outro ano subsequente", explica.
A pesquisadora reforçou também que os dados coletados dão um panorama do desmatamento, mas que não são um espelho 100% real, porque a interferência de nuvens neste janeiro chuvoso atrapalhou um pouco a detecção do desmatamento através das imagens de satélite.
Outra queda importante em janeiro deste ano se refere à degradação florestal. Depois de meses consecutivos, entre setembro e dezembro de 2023, com mais de mil km² degradados na Amazônia Legal, janeiro teve apenas 16 km². A degradação é a eliminação parcial e gradual da vegetação florestal para a extração de madeira e de outros recursos naturais. Ela pode ocorrer também por causa do fogo e alterações climáticas. E estes são pontos considerados pelo Imazon para explicar a queda vertiginosa da degradação florestal em janeiro, já que o segundo semestre de 2023 foi marcado pelo aumento de queimadas e uma seca histórica em grande parte da Região Norte. E as primeiras semanas de 2024 trouxeram um período mais chuvoso.
* Com produção de Renato Lima