Mato Grosso do Sul tem 60% das rodovias - estaduais e federais - em situação de regular a péssima, sendo apenas 1.824 km em condições consideradas ótimas e boas. Os dados são da pesquisa CNT de Rodovias divulgada nesta quarta-feira (9). Foram analisados 4.488 km no Estado.
O relatório nacional aponta que, em Mato Grosso do Sul, 47,3% das rodovias analisadas estão em condição regular e 15,2% em condição considerada ruim. O percentual de péssimas são 1,5% e de ótimas condições de 8,5%.
Em termos gerais, 56,6% da superfície do pavimento é considerada desgastada e em 32% há trincas em malha e remendos. Apenas 3,4% do pavimento é considerado perfeito. Em compensação, 92% das condições de rolamento são consideradas adequadas e 8% moderadas.
Sobre a geometria da via, a pesquisa aponta que 95,3% das rodovias do Estado são de pista simples de mão dupla e 71% não têm faixa adicional. Também passa dos 75% o percentual de pistas sem acostamento.
Em Mato Grosso do Sul, sete rodovias têm estado geral bom. As principais, com resultado bom para todos os itens analisados (pavimento, sinalização e geometria) são a BR-163, a BR-359 e a BR-419. A BR-436 teve apenas 16 km analisados, mas a classificação vai de bom a ótimo.
Cinco trechos têm classificação geral de ruim a péssimo. Sendo os 81 km da MS-240 com classificação ruim para todos os itens. A MS-377 vai de ruim a regular e a MS-134 de ruim para péssimo e regular. A MS-444 também tem três classificações de péssima.
Do total analisado, 3.896 km são de rodovias federais e 561 de rodovias estaduais. A maioria (3.391 km) é de trechos públicos e apenas 1.066 km são de rodovias concedidas à iniciativa privada.
O documento elaborado pela CNT sobre rodovias mostra que Mato Grosso do Sul precisa de R$ 2,8 milhões para ações emergenciais em rodovias. O custo estimado de manutenção passa de R$ 1 milhão e para recuperação dos trechos destacados o valor chega a R$ 3,8 milhões.
Para superar essa realidade em todo o Brasil, a CNT estima que seriam necessários aproximadamente R$ 94,93 bilhões para o setor - R$ 72,26 bilhões para reconstrução e restauração de trechos, e os outros R$ 22,67 bilhões para garantir a manutenção das estradas.
Com investimentos públicos no menor patamar em mais de dez anos, a qualidade das rodovias brasileiras piorou em 2022. Lançada nesta quarta-feira (9), a mais nova pesquisa CNT de Rodovias aponta que apenas 34% das estradas analisadas estão em ótima ou boa condição. Esse número era de 38,2% no ano passado, e 41% em 2019. Por outro lado, um quarto das rodovias (25,3%) foi classificado como ruim ou péssimo, e a maior fatia, 40,7%, encontra-se apenas regular.
A CNT analisa 110,3 mil quilômetros de estradas federais e estaduais para a pesquisa. Enquanto apenas 8,9% do pavimento está em condição perfeita, 50,5% está desgastado, 35% apresenta trincas ou remendos, 5% tem afundamentos e buracos, além da fatia de 0,6% identificada como destruída. Batista lembrou que foi entre 2011 e 2012 que, nos gráficos, as curvas de pavimento perfeito e desgastado se cruzaram. Desde então, o estado só piora.
(Com Agência Estado)