De acordo com Gonet, "não se tem notĂcia de evento que torne superĂĄvel a decisão que determinou a retenção do passaporte do requerente. A medida em questão se prende justamente a prevenir que o sujeito à providĂȘncia saia do paĂs, ante o perigo para o desenvolvimento das investigações criminais e eventual aplicação da lei penal. Os pressupostos da medida continuam justificados no caso."
O passaporte de Bolsonaro foi apreendido por determinação de Moraes no âmbito da operação Tempus Veritatis, que apura a existĂȘncia de uma trama golpista no alto escalão do governo do ex-presidente.
Na Ășltima semana, Bolsonaro pediu a devolução do passaporte para viajar a Israel entre os dias 12 e 18 de maio. Ele afirma que recebeu convite oficial do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para visitar o paĂs, em companhia de sua famĂlia.
Na segunda-feira (25), o jornal The New York Times publicou que o ex-presidente permaneceu entre os dias 12 e 14 de fevereiro deste ano hospedado na Embaixada da Hungria, em BrasĂlia, poucos dias após ter tido o passaporte apreendido.
Pelas regras internacionais, a ĂĄrea da embaixada Ă© inviolĂĄvel pelas autoridades brasileiras. Dessa forma, Bolsonaro estaria imune ao eventual cumprimento de um mandado de prisão.
Bolsonaro Ă© aliado do primeiro-ministro da Hungria, Viktor OrbĂĄn, que esteve na posse do ex-presidente em 2018. Em 2022, Bolsonaro visitou Budapeste, capital hĂșngara, e foi recebido por OrbĂĄn. AlĂ©m disso, ambos trocam constantes elogios pĂșblicos.