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Interesses políticos e econômicos estão em jogo na questão de Essequibo

O conflito sobre a região de Essequibo, ou Guiana Essequiba como é chamada na Venezuela, remonta aos anos de domínio colonial de potências europeias na América Latina, mas o que move a disputa agora é um misto de retórica política e interesse econômico.


O conflito sobre a região de Essequibo, ou Guiana Essequiba como é chamada na Venezuela, remonta aos anos de domínio colonial de potências europeias na América Latina, mas o que move a disputa agora é um misto de retórica política e interesse econômico. No começo do século IXX, a Venezuela tornou-se independente da Espanha. Em 1831, ela comporia dois terços da nova Guiana Inglesa, vizinha da Francesa, até hoje território de Paris, e da Holandesa, que se tornou o Suriname independente em 1975. Os venezuelanos disputavam a divisão, e uma comissão internacional foi formada em Paris para arbitrar a questão de Essequibo. Em 1899, um laudo deu posse definitiva da área para os britânicos. Isso perdurou até o fim dos anos 1940, quando recomeçou uma campanha de Caracas, baseada na acusação de que o acordo era fraudulento e fora influenciado por Londres. Novas negociações ocorreram e, em 1966, foi firmado o Acordo de Genebra entre Londres e Caracas. Poucos meses depois, contudo, a Guiana tornou-se independente e Essequibo representava dois terços de seu território. As negociações não prosperaram no prazo previsto de quatro anos, um novo protocolo foi firmado e o assunto ficou congelado por 12 anos. Em 1982, a Venezuela por fim decidiu não ratificar o protocolo e o assunto acabou sendo levado à ONU. Anos de conversas, mais ou menos amigáveis, sucederam-se até a ascensão do chavismo nos anos 2000 em Caracas. Inicialmente, o presidente Hugo Chávez se mostrou favorável a uma solução amistosa, no que foi seguido por Nicolás Maduro, que o sucedeu após sua morte em 2013. Mas em 2015, tudo mudou. O governo em Georgetown fez um acordo com a petroleira americana ExxonMobil para a prospecção do mapa territorial de Essequibo. Caracas misturou então ideologia no discurso, acusando a Guiana de vender-se de forma colonizada para os americanos, que por sua vez prometeram mais cooperação militar com o pequeno país caribenho. A ONU voltou a se mexer e indicou a Corte Internacional de Justiça, em Haia (Holanda), como fórum para o caso. A Venezuela não aceitou, mas o projeto petrolífero avançou e a produção local começou em 2019. Ao todo, foram identificados 11,2 bilhões de barris de reservas, uma enormidade — o Brasil tem provados 15 bilhões de barris.

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Os moradores de Essequibo —oficialmente 120 mil mas talvez até 200 mil e 80% deles na costa— passaram a vislumbrar uma prosperidade antes inaudita. Com o avanço da extração, o PIB da Guiana deu saltos. Em dezembro do ano passado, Georgetown elaborou uma lista de 11 campos petrolíferos costeiros e 3 de águas profundas para serem licitados. Tudo isso fez crescer o olho venezuelano, dada a crise econômica agônica do país, mas há também fatores políticos. Após colapso econômico, Venezuela gera bolsões de riqueza.

Publicado por Heverton Nascimento

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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