O ritmo da PEC da Transição desacelerou. Os líderes partidários querem conversar mais e o texto final ficou para depois do feriado. A ideia é avaliar os impactos da medida, sobretudo nas contas públicas. A proposta, que abre caminho para a manutenção do Auxílio de R$ 600 em 2023, foi um dos temas da primeira reunião do Conselho Político da Equipe de Transição, formado por 14 partidos e liderado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann. "Temos um acordo entre os partidos que compõem o conselho de que a PEC do Bolsa Família, "excepcionalizando" a totalidade o programa Bolsa Família, é essencial para que a gente atenda a essas reivindicações e a esses compromissos que tivemos com o povo brasileiro. Isso é bem importante porque tem reflexo no Congresso Nacional e é pela política que nós vamos resolver isso", afirmou Gleisi.
A presidente do PT também comentou a respeito da reação do mercado após o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, dizer que responsabilidade fiscal é incompatível com assistência social. "Não sei o que o presidente Lula falou que pudesse fazer um variação tão grande do sentimento de mercado. Hoje, todos os indicadores de dólar já voltarm à normalidade. Penso que foi um movimento especulativo, o que é muito ruim para o país. O mercado não tem que se preocupar, conhece quem é Lula, sabe como ele trabalha com as finanças públicas, com a responsabilidade que tem e também conhece o compromisso social que ele tem. Ele falou isso a campanha inteira, que tinha o compromisso de acabar com a fome, de fazer desenvolvimento social. Porque o espanto?", questionou Gleisi.
As críticas de Lula ao teto de gastos continuam gerando reações da oposição. Em rede social, o senador Luis Carlos Heinze escreveu: "O mercado financeiro reagiu a fala irresponsável do ex-presidiário. O dólar subiu e a bolsa despencou! Para quem promete picanha na mesa, estamos caminhando em direção oposta. Palavras ao vento atingem quem tem menos. Prepare o bolso!". O senador eleito Wellington Dias (PT), que é quem lidera as negociações, afirmou que precisa levar as propostas dos líderes partidários para Lula. Só depois dessa conversa é que novas decisões serão tomadas. "É um esforço muito grande porque nós temos um problema real, que é o do tempo. Se a gente define quarta-feira, temos condições de contar prazos. [ ] Estamos correndo contra o tempo", afirmou Dias.
*Com informações da repórter Paula Lobão