O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou nesta segunda-feira (15) para os impactos negativos de mudanças na meta fiscal, que podem comprometer a credibilidade e aumentar o custo da política de juros. “Torna nosso trabalho muito mais difícil se houver a percepção de que não há uma âncora fiscal, porque a âncora fiscal e a âncora monetária precisam trabalhar juntas”, afirmou Campos Neto em evento nos Estados Unidos. “Sempre que há uma mudança no governo que torna a âncora fiscal menos transparente ou menos crível, significa que você tem que pagar com custos mais altos do outro lado, então o custo da política monetária se torna mais alto”, acrescentou.
A declaração foi dada horas depois do governo propôr uma revisão na trajetória das contas públicas, reduzindo a velocidade do ajuste fiscal. Para o ano de 2025, a meta fiscal será zerada, deixando de ser um superavit de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Na tarde desta segunda, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou à Globonews a mudança na meta fiscal par ao ano que vem, algo. Na última reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária do BC, a taxa básica de juros (Selic) foi reduzida em 0,5 ponto percentual, ficando em 10,75% ao ano. Campos Neto ressaltou a importância de manter as metas fiscais e comunicar de forma clara qualquer desvio.
A mudança na meta fiscal teve impacto no mercado financeiro, com o dólar registrando alta de 1,19% e encerrando o dia cotado a R$ 5,182. O presidente do BC destacou que a fragilidade do real está diretamente ligada às questões fiscais, mas acredita que essa situação seja temporária. Ele reconhece que o país possui uma dívida pública elevada e alerta que qualquer piora na política fiscal terá consequências negativas. Campos Neto enfatizou a importância de manter a estabilidade e a transparência nas metas fiscais, visando evitar impactos negativos na economia.
*Reportagem produzida com auxílio de IA