Na decisão, o juiz afirmou que existem provas de materialidade dos crimes e indícios suficientes da autoria pelos acusados. A partir da intimação, os réus terão dez dias para apresentar defesa à Justiça. Vereador de Campo Grande, Claudinho Serra
Divulgação
O juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público Estadual (MP-MS) e tornou réu o vereador de Campo Grande Claudinho Serra (PSDB) e outras 21 pessoas, entre servidores municipais e empresários, investigados por envolvimento em um suposto esquema de corrupção na prefeitura de Sidrolândia.
Os crimes foram investigados na operação Tromper do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrada no dia 3 de abril.
Na decisão, o juiz afirmou que existem provas de materialidade dos crimes e indícios suficientes da autoria pelos acusados. A partir da intimação, os réus terão dez dias para apresentar defesa à Justiça.
Claudinho Serra é genro da prefeitura de Sidrolândia, Vanda Camillo (PP). Antes de ser vereador por Campo Grande, ele foi secretário de Fazenda de Sidrolândia em 2021.
Segundo a investigação, Claudinho Serra, que está preso desde o começo do mês, é o chefe de um organização criminosa que fraudava licitações e contratos de empresas com a prefeitura para desviar dinheiro público. O desfalque aos cofres públicos gira em torno de R$ 15 milhões.
O que diz a defesa de Serra
A defesa do vereador nega a participação dele nos crimes denunciados pelo MP e cita que a prisão do parlamentar é "desnecessária".
Sede da Prefeitura de Sidrolândia
Karina Souza/Prefeitura
Operação Tromper
O grupo criminoso viabilizava a abertura de empresas e seu registro junto ao Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas.
Gaeco
A 1° fase da operação foi deflagrada em maio de 2023 contra a corrupção, no município de Sidrolândia. A investigação encontrou a existência de um esquema de atividades ilícitas, por meio da prática de crimes de peculato, falsidade ideológica, fraude de licitações, associação criminosa e sonegação fiscal desde 2017.
Já a 2° fase, iniciou após 3 meses, em julho, quando foram cumpridos quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão.
Segundo o MPMS, a primeira etapa identificou o "conluio" entre as empresas que participavam das licitações e a prefeitura.
A investigação identificou ainda a existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em contratos e desvio de dinheiro público, também como o pagamento de propina a agentes públicos, em troca do compartilhamento de informações privilegiadas da administração pública.
* "Tromper" é um verbo da língua francesa, que significa "enganar".
*Estagiária sob supervisão de Anderson Viegas
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