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Política

Após confusão e bate-boca em audiência pública, vereadores votam privatização da Sabesp sob clima tenso

A última audiência pública sobre a privatização da Sabesp, que contou com a presença de mais de 200 pessoas, incluindo autoridades e manifestantes pró e contra a proposta, ocorreu com muita animosidade, bate-boca e até algumas garrafas atiradas nesta quinta-feira (2), na Câmara dos Vereadores de São Paulo.


A última audiência pública sobre a privatização da Sabesp, que contou com a presença de mais de 200 pessoas, incluindo autoridades e manifestantes pró e contra a proposta, ocorreu com muita animosidade, bate-boca e até algumas garrafas atiradas nesta quinta-feira (2), na Câmara dos Vereadores de São Paulo. Durante a audiência, foram registradas 16 falas contrárias à privatização e 15 a favor do negócio. Um acordo entre base aliada e oposição definiu que o número de oradores contra a proposta seria maior do que os que falaram a favor. O clima na audiência ficou tenso em alguns momentos, com vereadores ameaçando processar oradores por declarações polêmicas. Manifestantes contrários à privatização foram impedidos de entrar na Casa, o que gerou protesto. Outros foram expulsos de auditório sob a alegação de que se excederam.

O vereador Rubinho Nunes (União Brasil), presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente, ameaçou processar uma participante que chamou os vereadores de “vendidos”. Ela estava com a camisa do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). A vereadora Silvia da Bancada Feminista (PSOL) contra-atacou e disse, então, que iria levar Lucas Pavanato à Justiça. O ex-integrante do MBL, pré-candidato a vereador pelo PL, chamou os funcionários da Sabesp de “vagabundos” durante discurso na Câmara.

A votação está ocorrendo nesta noite, ainda sob muita tensão. Tribunal de Justiça de São Paulo emitiu uma decisão durante a sessão no plenário, que, segundo a oposição, suspenderia a votação. No entanto, para o presidente da Câmara dos Vereadores, Milton Leite (União Brasil), a decisão indica que a votação só pode ocorrer após a entrega de um estudo sobre o impacto da privatização no município. Um requisito que, segundo o vereador, já foi cumprido. Manifestantes presentes no plenário xingaram Leite, que ameaçou expulsá-los. Outros protestantes estão do lado de fora com faixas, camisetas e gritos de ordem contra a privatização. Vereadores da situação e da oposição também têm trocado farpas a todo o momento. A Polícia Militar aumentou o efetivo a fim de conter qualquer problema.

A expectativa é que o texto seja aprovado, pois na primeira votação, realizada no dia 17, a proposta obteve 36 votos a favor e 18 contra. No entanto, é esperado que alguns pontos sejam alterados, como o percentual da receita que a empresa deve investir na cidade e a antecipação de recursos para o Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura (FMSAI). A votação é considerada crucial, pois define o futuro da Sabesp na capital paulista e impacta diretamente os serviços de saneamento básico oferecidos à população. Se aprovado na Câmara Municipal, o projeto seguirá para a sanção do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

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