SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As fortes chuvas do Rio Grande do Sul causaram ao menos 148 mortes, de acordo com boletim divulgado ao meio-dia desta terça-feira (14). O número pode aumentar nos próximos dias, já que ainda há 124 desaparecidos, segundo a Defesa Civil gaúcha.
As mortes ocorrem em 44 cidades, conforme a Defesa Civil, e há 806 feridos.
No total, 446 municípios foram afetados, sendo que 76.884 pessoas estão desabrigadas e 538.545 ficaram desalojadas.
Quinze dias após o início da tragédia, 267.590 endereços continuam com o fornecimento de energia elétrica interrompido. Outras 159.424 unidades estão sem abastecimento de água. As informações são do governo do estado e constam em boletim divulgado às 9h desta terça.
Segundo a CEEE Equatorial, 128.690 pontos estão sem energia. O que representa 7,1% do seu total de clientes. A RGE Sul, por sua vez, afirmou que 138.900 endereços seguem sem eletricidade. O número representa 4,5% dos clientes da companhia. Na soma, 267.590 estão sem energia no Rio Grande do Sul.
De acordo com a Corsan, 159.424 endereços estão com o abastecimento de água interrompido.
Cinco municípios estão sem serviços de telefonia e internet da Vivo. Uma cidade está sem os serviços da Tim.
Ainda segundo o boletim do governo, 76.884 pessoas estão em abrigos e 538.545 estão desalojadas.
As aulas foram suspensas nas 2.338 escolas da rede estadual e mais de 362 mil alunos foram impactados. Nesta terça, são 1.044 escolas afetadas, 538 danificadas e 83 servindo de abrigo.
A tragédia tem sido comparada ao furacão Katrina, que em 2005 destruiu a região metropolitana de Nova Orleans, na Lousiana (EUA), atingiu outros quatro estados norte-americanos e causou mais de mil mortes.
Profissionais de saúde apontam semelhanças entre as duas tragédias, como falta de prevenção de desastres naturais e inexistência de uma coordenação centralizada de decisões. Colapso nos hospitais, dificuldade de equipes de saúde chegarem aos locais de trabalho e desabastecimento de medicamentos e outros insumos são outras semelhanças apontadas.
SITUAÇÃO NO RS APÓS AS CHUVAS
O nível do lago Guaíba em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, subiu 0,42 m em 24 horas e atingiu 5,20 m às 07h15 desta terça-feira (14). O nível do lago estava em 4,78 metros às 7h30 da segunda-feira (13).
A cidade de Porto Alegre viu nesta segunda uma corrida contra o tempo para erguer barreiras contra a água e resgatar moradores que ainda estão em áreas de risco.
Tudo isso porque as chuvas que atingem a capital gaúcha desde o fim de semana tem feito o nível do lago Guaíba voltar a subir, o que pode fazer as inundações chegarem a regiões que não foram alagadas.
A previsão é que o Guaíba chegue a 5,40 m nesta terça, maior nível já registrado -o recorde é de 5,33 m, do último dia 6, segundo o IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Na noite de sábado, o lago estava com 4,56 m, mas desde então tem subido de maneira constante devido à chuva em todo o estado. Às 21h15 desta segunda, o nível estava em 5,11 m.
O nível de alerta do lago é 2,5 m. A inundação ocorre quando o nível chega a 3 m. Os dados são do Sistema Hidro, da ANA (Agência Nacional de Águas), do governo federal.
A previsão é que as chuvas comecem a diminuir a partir desta terça-feira, de acordo com a Climatempo -porém, devem retornar na sexta (17), e prosseguir pelo fim de semana.
SAIBA A DIFERENÇA DOS TERMOS
Afetado: Qualquer pessoa que tenha sido atingida ou prejudicada por um desastre, como feridos, desalojados, desabrigados e pessoas que perderam sua fonte de renda
Desalojado: Pessoa que foi obrigada a abandonar temporária ou definitivamente sua habitação, em função de evacuações preventivas, destruição ou avaria grave, decorrentes do desastre, e que, não necessariamente, carece de abrigo provido pelo sistema
Desabrigado: Desalojado ou pessoa cuja habitação foi afetada por dano ou ameaça de dano e que necessita de abrigo provido pelo EstadoFonte: Glossário de Defesa Civil