Uma plataforma online vai monitorar a qualidade do ar em tempo real no Brasil. O lançamento do Painel Vigiar foi em Brasília nesta quinta-feira (27).
A iniciativa é uma parceria dos ministérios da Saúde e do Meio Ambiente e da Mudança Climática.
O Vigiar vai levantar informações sobre a poluição do ar pelo chamado material particulado fino, que são partículas finas presentes no ar, e sobre os possíveis impactos na saúde, já que esse material pode penetrar no sistema respiratório.
Com esses dados, os governos Federal, estaduais e municipais vão poder criar políticas públicas adequadas para proteger a população e o meio ambiente.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que cuidar da qualidade do ar pode promover a descarbonização do transporte público e consequentemente melhorar a saúde das pessoas.
"Se nós tivermos um transporte público que tenha compromisso com a agenda da redução de emissão de CO2, vai ter também compromisso com agenda de redução desses materiais particulados, que fazem mal à saúde pública. Porque nós vamos primar, cada vez mais, pelos combustíveis limpos, os biocombustíveis. E primar também por um transporte público de qualidade, para que a gente diminua o número de veículos jogando veneno no pulmão e no cérebro das pessoas".
Marina Silva também falou que cuidar da qualidade do ar poupa recursos públicos.
"Quando você cuida da saúde, principalmente na qualidade do ar, não só a gente tá poupando vida, mas a gente tá poupando recursos públicos. Tanto recursos humanos, quanto recursos financeiros. A quantidade de dinheiro que se gasta com problemas respiratórios, a quantidade de profissionais que são mobilizados, é muito grande. Ou seja, cuidar do meio ambiente é algo altamente rentável e positivo pra vida das pessoas".
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, no Brasil cerca de 50 mil pessoas morrem por ano por causa da poluição do ar.
Para o Governo Federal, o Painel Vigiar vai orientar as políticas públicas para reduzir a poluição atmosférica no país, conforme a Política Nacional de Qualidade do Ar. E o que se espera é que até 2044, o Brasil consiga atingir o padrão determinado pela Organização Mundial da Saúde.
De acordo com a OMS, 9 em cada 10 pessoas no mundo respiram ar impuro, o que aumenta o risco de asma, doenças cardíacas e câncer de pulmão.
E sete milhões de pessoas morrem a cada ano por causa da poluição atmosférica. Para a OMS, esse é o retrato de uma emergência de saúde pública mundial.