Em uma iniciativa para resgatar e preservar a história da Capital Sul-mato-grossense, a artista visual Sara Welter, mais conhecida como Syunoi, idealizou o projeto “Resquícios do Tempo: Redescobrindo Campo Grande”. Neste mês de junho, ela lançou uma cartilha educativa ilustrada em formato de fanzine com desenhos e a história de 10 locais históricos de nossa Cidade Morena.
Conforme divulgação do projeto, ele visa promover o conhecimento dos locais históricos e prédios abandonados da cidade entre estudantes e professores, com foco na rede municipal de ensino. A cartilha não apenas destaca a importância de preservar o patrimônio histórico-cultural, mas também fortalece o senso de pertencimento à cidade.
A artista ressalta que o principal objetivo do projeto é educar e conscientizar estudantes sobre a história de CG, destacando a importância de preservar e valorizar os locais históricos e prédios abandonados como parte da identidade da Capital. A cartilha terá 16 páginas com informações sobre 10 locais históricos: Edifício José Abrão, Casa Glória, Casarão, Primeira Escola, Igreja São Benedito, Morada dos Baís, Aldeia Marçal de Souza, Árvores Centenárias, Rotunda Ferroviária e Hotel Gaspar.
"A estrutura da cartilha Resquícios do Tempo será dividida em 4 partes e 16 páginas: a primeira parte é uma breve apresentação do conteúdo da cartilha; a segunda parte é uma página explicando a importância do patrimônio histórico; a terceira parte são as ilustrações e desenhos dos 10 lugares históricos com os mini textos explicativos; e a quarta parte é sobre a ficha técnica dos desenhos e a equipe do projeto", detalha Syunoi.
História da historia
Syunoi aponta que a ideia para o “Resquícios do Tempo” surgiu de um projeto pessoal de Syunoi realizado em 2021, que retratou prédios históricos de Campo Grande através de uma série de desenhos.
Esta obra, também intitulada “Resquícios do Tempo”, foi selecionada para exposição no MARCO durante o 2º Festival Campão Cultural, inspirando a criação da cartilha para democratizar o acesso a essas informações históricas.
"A importância de preservarmos a memória de lugares e patrimônios históricos nos permite entender sobre o nosso passado e valorizar nossa identidade coletiva, porque assim entendemos que esses lugares contam a história de um povo, uma nação ou cidade e isso nos faz ter conhecimento que esses bens culturais constroem quem somos e criamos um senso coletivo para conservarmos essa memória para o futuro", explica a artista.
Oficina e distribuição
Para envolver a comunidade escolar, o projeto incluirá a realização de oficinas artísticas baseadas na cartilha. Três oficinas serão voltadas para estudantes, incentivando a criatividade através de colagens, desenhos ao ar livre, lambe-lambe e murais em grupo.
Uma oficina de capacitação online será oferecida aos professores, explicando a importância dos patrimônios históricos e como integrá-los nas aulas. Adicionalmente, duas palestras serão conduzidas em centros de atendimento a deficientes auditivos, beneficiando mais de 50 alunos com deficiência auditiva.
Quem ministra as oficinas junto à artista Syunoi, é o artista visual Victor Macaulin. Ele fará uma aula prática com trabalhos realizados em papel e tem como proposta utilizar tintas naturais na pintura.
“Irei fazer um breve contexto da utilização das tintas naturais e depois a confecção dessas tintas, como produzir a aplicação dela para que os alunos possam produzir o trabalho deles relacionado ao tema que é memória em relação ao local onde vivem. Será um trabalho prático onde farão pinturas no papel com os pigmentos naturais ou desenho com carvão também. E depois esses trabalhos serão colados para compor um mural", pontua.
Aluno se conecta
Para Syunoi, essas oficinas servirão para entender como cada aluno se conecta com os lugares históricos de Campo Grande. "Também iremos entender como cada um representa um lugar importante para si, seja um ponto histórico ou local de seu bairro. Esse exercício ajudará cada um a compreender seu espaço na cidade e a escolher um lugar que considerem importante para eternizar através do desenho", reflete.
Juntamente às oficinas, os artistas começarão a distribuição das cartilhas, ainda neste mês de junho. Um montante será destinado às escolas e outro para pontos culturais e turísticos, instituições de educação, bibliotecas e instituições para pessoas com deficiência, já que existe a versão em braile. "Também estaremos espalhando cartazes pela cidade com o Qr Code com acesso à versão digital da cartilha", revela.
Serviço
O projeto Resquícios do Tempo: Redescobrindo Campo Grande conta com financiamento da Lei Paulo Gustavo, do MinC – Ministério da Cultura, Governo Federal, via edital municipal da Sectur – Secretaria de Cultura e Turismo de Campo Grande, instituição vinculada à Prefeitura de Campo Grande.