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Trabalho desenvolvido em CRAS é destaque em evento nacional

Por Midia NAS em 18/11/2022 às 21:26:24

O resultado foi um convite para o grupo, formado pelos psicólogos Caroline Souza de Matos, Cleberson da Silva Alves e Dhyana Alves Mancilla, além das assistentes sociais Adriana de Lima Neves Aguilera, Leatrice de Castro Maria e a coordenadora do Cras, Priscilla Justi, apresentar a iniciativa no 3º Congresso Brasileiro de Psicologia, um dos mais importantes do setor e que aconteceu esta semana na Universidade Uninove, em São Paulo.

Para participar do evento, a equipe inscreveu o trabalho que foi selecionado por uma banca de profissionais devido à sua relevância. Durante quatro dias, os técnicos participaram de rodas de conversa, trocaram experiências e mostraram o resultado de um trabalho que já assistiu, de forma direta, a pelo menos 600 famílias de migrantes em Campo Grande e se tornou referência na Rede Municipal de Assistência Social.

A criação

O projeto teve início em 2018, antes mesmo da coordenadora e psicóloga Priscilla Justi chegar à unidade. Ela relatou que a equipe técnica já tinha um estudo em andamento, que indicava um aumento do fluxo migratório de migrantes internacionais na Capital, em especial venezuelanos e haitianos, que, ainda hoje, enfrentam problemas sociais e econômicos em seus países de origem.

A partir de 2021 o trabalho começou a ganhar corpo de maneira efetiva. Como o Cras está localizado próximo à região central, grande parte deste público buscava apoio na unidade, por isso, pensando em como os profissionais poderiam atuar de maneira mais assertiva na garantia de direitos desse público, os técnicos iniciaram um trabalho mais específico, elaborando atividades coletivas, acolhimento individualizado, produção de material informativo em espanhol e francês e articulação com a rede de proteção (OSCs), Centro Comunitários e comunidades religiosas que atendem e acolhem as famílias migrantes.

A coordenadora da unidade explicou que o primeiro passo foi entrar em contato com as entidades que prestam apoio aos migrantes e estabelecer uma parceria. Dessa forma a equipe pode trocar informações e entender, de forma detalhada, a atuação de cada entidade, além de terem as portas abertas para visitar as entidades e divulgar os serviços oferecidos pela SAS.

“Criamos um grupo no WhatsApp com lideranças e as associações. Enviamos um questionário para verificar o que os migrantes sabiam sobre a rede de Assistência Social do município e o que esperavam dela. Com base nas respostas, pudemos dar um direcionamento ao trabalho, elaborando as atividades”, frisou Priscilla.

Desafios e resultados

A união desta rede de apoio possibilitou o fortalecimento das ações e a troca de informações sobre o papel de cada entidade no que diz respeito ao auxílio das famílias. Toda essa articulação continua sendo importante no acolhimento, já que a maioria das pessoas que são forçadas a sair de seu país de origem chegam ao destino em situações de vulnerabilidade material e psíquica.

Um dos principais desafios foi transpor a barreira do idioma, foi aí que a parceria com a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems) fez a diferença. A instituição já mantinha um curso de Língua Portuguesa para os migrantes e auxiliou na elaboração de folders orientativos em espanhol e francês, detalhando o funcionamento da rede de Assistência Social.

Também foram organizadas oficinas e ações comunitárias, que ainda acontecem no Cras para os migrantes. “Eles começaram a se conhecer, fortalecendo um vínculo”, pontuou Priscilla.

Acolhido pela equipe do Cras, o casal de venezuelanos Carlos Enrique e Maria Elsa Troncosa, chegou em Campo Grande há um ano e meio e atualmente trabalha com a venda de doces e recebe o Auxílio Brasil. Os dois participaram de acolhida das famílias, estudo social, receberam encaminhamentos para acesso a documentação, acompanhamento de saúde e emissão dos laudos e benefícios previdenciários. “Toda vez que necessitamos de assessoria, vamos ao Cras e somos muito bem atendidos e acolhidos. Todos são muito solidários e dedicados ao trabalho”, ressaltou Carlos Enrique.

Para a psicóloga Caroline Matos, um dos méritos do trabalho é servir como apoio emocional às famílias, além de garantir os direitos desse público. “O projeto fez a diferença porque a busca principal deles é pelos programas sociais, mas eles também se sentem respeitados”, disse.

Atuação

No início da pandemia, em 2020, a Prefeitura de Campo Grande reinventou as ações para atender as demandas da população em situação de rua, incluindo as famílias de migrantes nacionais e internacionais. A prefeita Adriane Lopes foi a responsável pela articulação que garantiu a criação de três Unidades de Acolhimento a Pessoas Adultas e Famílias em situação de Rua, que funcionaram nas escolas municipais Nazira Anache, Padre Thomaz Ghirardelli e Doutor Plínio Barbosa Martins.

Juntas, na época, as unidades atenderam mais de 1,6 mil pessoas. De 2020 até o momento, a Prefeitura prestou 12.713 atendimentos, incluindo acolhimentos para famílias de migrantes nacionais e internacionais em unidades da SAS.

Tags:   Campo Grande
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