RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - Ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira compareceu à celebração dos 30 anos da conquista do tetra da Copa do Mundo e fez um breve discurso. O evento foi realizado na noite desta sexta-feira na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
As aparições públicas de Ricardo Teixeira estão mais raras atualmente. Ele era o mandatário da CBF em 1994. Esteve à frente da entidade por 23 anos e deixou o cargo em 2012, após pedido de renúncia em meio a acusações de corrupção - José Maria Marin assumiu.
Ele foi chamado a fazer um discurso. O ex-cartola foi à frente dos presentes, agradeceu ao grupo formado e à conquista da Copa do Mundo, lembrando o momento pelo qual o país passava.
Teixeira ficou sentado em uma das mesas durante quase todo o evento. Ele foi cumprimentado por ex-jogadores e membros da delegação que estiveram na celebração. Chegou a ser chamado de "meu presida".
O ex-presidente da CBF posou com os outros presentes em uma espécie de foto oficial. Para a imagem, foi estendida a faixa original em homenagem a Ayrton Senna, que morreu em maio de 1994.
Teixeira foi abordado pela reportagem, mas não quis conceder entrevista. Em um momento em que alguns ex-jogadores discursavam, ele acompanhou ao fundo. Chegou a ser chamado para ficar mais próximo por um dos presentes, mas negou. Ficou uma boa parte de pé e depois retornou à cadeira que já utilizava.
Em entrevista em 2020, ele disse que "problemas de saúde anteciparam" a saída da CBF. O papo foi concedido à CNN, e o cartola citou que realizou um transplante em outubro de 2013, cerca de um ano e meio após a renúncia à presidência da CBF.
DESAFETOS
Romário, um dos protagonistas daquela seleção, esteve no evento. Por diversas vezes nos últimos anos, ele fez ataques a Ricardo Teixeira. A reportagem do UOL não viu se os dois se cumprimentaram no evento desta sexta. Romário e Teixeira ficaram próximos na foto oficial.
O Baixinho falou no ano passado que Teixeira e Del Nero queriam dar um golpe na CBF. O ex-camisa 11 fez a publicação nas redes sociais em novembro.
Em 2015, Romário disse acreditar que "Marco Polo Del Nero, Marin e Ricardo Teixeira fazem parte da mesma quadrilha". Na ocasião, Del Nero era o atual presidente da CBF, e o Baixinho senador pelo PSB-RJ.
BANIDO NO FUTEBOL
O nome de Ricardo Teixeira esteve envolvido em casos de corrupção. Documentos apontaram que ele e João Havelange receberam subornos milionários da ISL, antiga agência de marketing da Fifa, por acordos para a Copa do Mundo na década de 90.
A ISL vendia os direitos comerciais para transmitir as partidas do Mundial de futebol da Fifa. A entidade quebrou com dívidas em torno de 300 milhões de dólares em 2001.
A Fifa baniu Teixeira do futebol após constatar que ele recebeu R$ 32,3 milhões em propinas pelos contratos da Libertadores, da Copa América e da Copa do Brasil. Esse valor consta da decisão da segunda instância do Comitê de Ética da Fifa de expulsar o ex-cartola do futebol. À época, os documentos citaram também os ex-presidentes da CBF Marco Polo del Nero e José Maria Marin.
Teixeira negou "veemente as acusações que não são mais do que ilações dos advogados dos EUA sem evidências para suportar as acusações". Alegou que nunca recebeu propina nesses casos. E defendeu que as acusações são políticas partindo de quem tinha interesse em seu lugar na Fifa. Ainda alegou que o Comitê de Ética não tinha mais jurisdição para julgá-lo porque ele já tinha renunciado aos seus cargos no futebol. A Fifa não considerou as argumentações.
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