Após milhares de manifestantes saírem às ruas de Caracas neste sábado (3) para exigir o reconhecimento da vitória de Edmundo González Urrutia nas eleições, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou que as patrulhas militares e policiais permanecerão ativas em todo o país para garantir a segurança da população — ou seja, elas seguirão reprimindo os protestos realizados contra a sua reeleição. As manifestações no país que faz fronteira com o Brasil já resultaram em 11 mortes e mais de mil detenções, de acordo com organizações de direitos humanos. A autoridade eleitoral da Venezuela confirmou na sexta-feira (2) a reeleição para um terceiro mandato de Maduro com 52% dos votos. No entanto, a oposição alega ter cópia de mais de 80% das atas eleitorais (ainda não divulgadas) e que González Urrutia obteve 67% dos votos.
Durante um comício em Caracas, Maduro criticou a oposição e afirmou que não permitirá que se “usurpe” a presidência, fazendo uma comparação com o opositor Edmundo González Urrutia e o ex-líder Juan Guaidó, que foi reconhecido internacionalmente como presidente interino em 2019. Maduro ressaltou que qualquer tentativa de desafiar a sua presidência seria tratada conforme as leis nacionais. Simultaneamente, a líder da oposição, María Corina Machado, participou de uma manifestação na capital com milhares de apoiadores, exigindo a vitória presidencial de Urrutia. Em seu discurso, Machado destacou a força atual da oposição e criticou o regime de Maduro, alegando que ele “perdeu a legitimidade”.
*Com informações da AFP
Publicado por Felipe Cerqueira