A espaçonave perdeu o contato com a Terra por volta das 9h30 (de Brasília), conforme transitava pelo lado oculto da Lua. Foi lá, em meio ao blecaute de rádio, às 9h44, que o propulsor principal do módulo de serviço se acendeu por dois minutos e meio, para acelerar a espaçonave em cerca de 930 km/h.
O sinal da espaçonave foi recuperado às 9h59, quando a Orion transmitiu belas imagens do "pálido ponto azul" -uma visão da Terra praticamente toda iluminada, vista das imediações lunares.
Neste momento, a Artemis 1 está se afastando da Lua, depois de ter passado a 129,6 km da superfície. Na próxima sexta-feira (25), virá a segunda grande manobra: outro disparo do motor principal colocará a espaçonave numa órbita retrógrada distante lunar. Em resumo, a Orion estará voando no sentido horário, a uma altitude de cerca de 64 mil km.
O plano é deixá-la naquela órbita por cerca de uma semana. No dia 28, ela vai se tornar a nave destinada a transportar humanos a ter viajado mais longe da Terra. A Nasa estima em cerca de 429 mil km. A recordista anterior foi a Apollo 13, que atingiu distância de 401 mil km, em 1970.
A diferença, claro, é que a Artemis 1 está voando sem tripulação. A bordo, apenas um manequim, equipado com sensores de radiação que serão analisados após o retorno à Terra. A expectativa é que tudo corra bem até o dia 11, com um retorno seguro da cápsula, pavimentando o caminho para uma missão tripulada.
Marcada para 2024, a Artemis 2 deverá levar quatro astronautas até as imediações da Lua, num perfil de missão similar (mas um pouco mais simples) do que o realizado pela tripulação da Apollo 8, em 1968.