Escolas da rede estadual de ensino receberam reclamações nos últimos dias, quanto à oferta da merenda oferecida aos estudantes. Pais preocupados relatam situações de precariedade da oferta que podem prejudicar a saúde e aprendizado das crianças.
Na escola Rui Barbosa, anteriormente conhecida como Paulo Sexto, uma mãe que prefere não ser identificada relatou que, nos últimos dias, os alunos têm recebido apenas arroz e feijão para o almoço no período integral. "A quantidade servida é pequena e eles não podem repetir. E o alimento carece de mais proteína", desabafou.
Segundo ela, a resposta da escola foi que os pais deveriam enviar alimentos de casa para suprir a necessidade nutricional dos filhos. "Isso é um absurdo! Cadê a verba do governo para alimentar essas crianças?", questiona.
Em outra localidade, a escola Padre João Greyner, localizada no bairro Estrela do Sul, também apresenta deficiências. Uma mãe de três filhos matriculados na instituição relatou que, apesar de ser uma escola de período integral, a alimentação oferecida é insuficiente.
"Eles recebem apenas bolacha cream cracker e melancia, e o almoço é muito inferior ao de outras escolas estaduais. Já falei com a administração, mas só escuto que estão esperando uma licitação", afirmou, preocupada com a saúde e o aprendizado de seus filhos.
A situação se repete em Camapuã, onde a escola estadual CEEP Márcio Elias Nery, uma instituição agrícola, enfrenta problemas semelhantes. Alunos estão vendendo ingressos para uma feijoada, cujo lucro será destinado à compra de merenda. "Não veio verba do estado para a escola. Os alunos estão se mobilizando para conseguir o que é básico", lamenta um dos pais.
A reportagem do Jornal Midiamax diante das denúncias, questionou a SED (Secretaria Estadual de Educação) sobre as situações e também sobre os investimentos estaduais em alimentação escolar.
Em nota, a Secretaria informou que não há nenhum tipo de atraso nos repasses as escolas e as situações relatadas decorrem do andamento do processo de compras. Assim, "para evitar eventuais problemas com a oferta, as escolas são orientadas pela SED a manter estoque suficiente de um semestre para o outro para garantir que a alimentação seja fornecida até que todos os trâmites relacionados às compras sejam finalizados".
A Secretaria de Estado de Educação informa que a EE Rui Barbosa, em Campo Grande, mencionada no questionamento, recebeu um repasse emergencial, além da entrega de uma quantidade de carne bovina, para que mantivesse a oferta regular da alimentação.
A SED destaca que o repasse dos recursos financeiros não está em atraso para nenhuma escola da REE. O caso se deu, excepcionalmente, neste semestre, em função do andamento do processo de compras.
Para evitar eventuais problemas com a oferta, as escolas são orientadas pela SED a manter estoque suficiente de um semestre para o outro para garantir que a alimentação seja fornecida até que todos os trâmites relacionados às compras sejam finalizados.
Para casos como este, observado na referida unidade escolar, a SED providenciou um Repasse Financeiro Emergencial a fim de manter a alimentação dos alunos regularmente até que todos os seus processos fossem finalizados.
Quanto ao CEEP Márcio Elias Nery, localizado em Camapuã, a SED informa que não houve solicitação, por parte da escola, para atendimento emergencial ou com relato de eventuais problemas com a oferta.
Matéria atualizada às 17h de 06/09/24 para acréscimo de posicionamento.