Após a eleição municipal em Campo Grande, a qual, pelo menos a princípio, poderá ir para o segundo turno, o secretariado do governador Eduardo Riedel (PSDB) deverá sofrer novas modificações nos titulares das Pastas de Saúde, de Justiça e Segurança Pública, da Casa Civil e de Assistência Social e dos Direitos Humanos.
O Correio do Estado apurou que as mudanças terão balizamento no resultado do pleito na Capital e, talvez, no dos maiores municípios do interior, a fim de trazer um maior equilíbrio da força política já de olho nas eleições de 2026, quando Riedel tentará a reeleição, enquanto o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB, buscará uma das duas cadeiras de MS no Senado.
Essa sintonia fina da segunda metade do primeiro mandato do atual governador seria um tema já pacificado dentro da administração estadual, uma vez que, recentemente, houve a troca do titular da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog), o ex-prefeito de Ponta Porã Hélio Peluffo, pelo engenheiro civil Guilherme Alcântara.
No entanto, conforme informações obtidas pela reportagem, essa substituição foi apenas a primeira de um total de cinco trocas. Os próximos a deixarem o governo Riedel serão o médico Maurício Simões Corrêa (Saúde), o delegado de Polícia Civil Antônio Carlos Videira (Justiça e Segurança Pública), o economista Eduardo Rocha (Casa Civil) e a defensora pública Patrícia Elias Cozzolino de Oliveira (Assistência Social e dos Direitos Humanos).
Além disso, o governador já tinha substituído na Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica (Segov) o deputado estadual Pedro Caravina pelo administrador Rodrigo Perez Ramos, enquanto na Secretaria de Estado de Administração (SAD) a advogada Ana Carolina Nardes foi trocada pelo também advogado Frederico Felini.
Riedel ainda dividiu a Pasta de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania em duas, ficando o professor de Educação Física Marcelo Miranda como titular da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc) e sua secretária-adjunta, a professora de História Viviane Luiza da Silva, como mandatária da Secretaria de Estado da Cidadania (SEC), a qual absorveu as oito subsecretarias.
O Correio do Estado também apurou que, no caso dos secretários Maurício Simões Corrêa (Saúde) e Antônio Carlos Videira (Segurança), eles mesmos teriam solicitado suas respectivas substituições ao governador - e isso por duas vezes.
O primeiro, que veio da iniciativa privada, não estaria se adaptando ao serviço público, enquanto o segundo, o qual já está no cargo desde a gestão de Azambuja, pretende passar um tempo com a família.
No caso dos secretários Eduardo Rocha (Casa Civil) e Patrícia Cozzolino (Assistência Social), a reportagem foi informada que o primeiro estaria pretendo experimentar novos ares e também ficar mais próximo da família, pois, com a esposa à frente do Ministério do Planejamento e Orçamento (Simone Tebet), falta tempo para reunir todos.
Já a substituição de Patrícia seria uma opção do próprio governador, o qual teria outros planos para a Pasta, focando mais na questão política do cargo, pois se trata de uma secretaria muito importante para a administração estadual.
Fontes ouvidas pelo Correio do Estado também informaram que os quatro novos secretários serão escolhidos levando em consideração o fortalecimento político da gestão Riedel. Nesse sentido, o resultado das eleições municipais será determinante.
A exemplo da administração anterior, de Azambuja, a atual também preza muito pelo municipalismo. Por isso, Riedel espera a definição dos novos prefeitos para fazer uma repactuação da parceria do governo estadual com as administrações municipais.
Hoje, o PSDB tem 51 prefeituras, e o governador do Estado quer saber com quantas o partido continuará após o pleito de outubro, pois, em Mato Grosso do Sul, só a Capital tem a possibilidade de ir ao segundo turno (por ter mais de 200 mil eleitores). Nos demais municípios, a eleição será concluída no primeiro turno.