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Sindicato pede transferĂȘncia de lĂ­deres do PCC de Campo Grande para presĂ­dio federal

Por Midia NAS em 23/11/2022 às 19:26:36

Nesta quarta-feira (23), o Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração PenitenciĂĄria) de Mato Grosso do Sul se manifestou sobre a agressão sofrida por um policial penal. Ele foi ferido a socos por Guilherme Azevedo dos Santos, 30 anos, o Gibi do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Em nota, o sindicato pontuou que tem recorrido às autoridades para solicitar a transferĂȘncia de dois lĂ­deres de facção que estão na Gameleira. Ainda na terça-feira o sindicato foi até o presĂ­dio e verificou a sobrecarga.

Isso, porque havia ali 529 detentos e apenas 7 policiais penais plantonistas. Além disso, só na terça a unidade registrou 14 atendimentos médicos, 10 de advogados, 6 de dentistas, quatro de enfermagem e quatro escoltas.

"É uma movimentação extrema, que gera uma sobrecarga muito grande para o . Se não bastasse a sobrecarga, muitas vezes, o policial penal tem sido retirado das suas atividades internas para ficar na escolta ou nas muralhas. Outra situação é que tem momento em que todas as torres são desativadas para que o servidor vĂĄ fazer escolta no hospital", afirmou o presidente do Sinsap, André Santiago.

Além do pedido de transferĂȘncia das lideranças para presĂ­dio federal, o sindicato também solicita aumento do efetivo e suporte de armamento.

Policial penal foi agredido por liderança do PCC

Por volta das 9h30 de terça-feira, o policial levou Guilherme para atendimento na enfermaria. Na volta, o preso não estava algemado por causa de uma tala que colocou na mão.

Então, assim que o agente abria a cela para colocar Gibi de volta, o autor deu um soco no rosto da vĂ­tima e a segurou pelo pescoço. Ele ainda fez ameaças contra o policial penal.

"Eu jĂĄ falei que vou te matar (...) e tudo que eu jĂĄ falei vou cumprir", disse. Também segundo relato do agente, Gibi teria dito: "Só não te matei agora porque o senhor me deu geral antes e joguei fora o chucho que fiz com escova de dente, jĂĄ tinha tudo na minha cabeça de furar vocĂȘ igual um porco".

Ainda foi relatado pelo agente que Guilherme foi o membro do PCC flagrado com as cartas com ameaças aos servidores da PĂșblica e ataques às autoridades.

O caso foi registrado como lesão corporal dolosa e ameaça.

Gibi do PCC

Mesmo após laudo concluir que o bilhete encontrado com Guilherme Azevedo tinha sido escrito por ele, o membro da facção criminosa insiste em relatar que foi alvo de uma armação.

No bilhete apreendido, nomes de autoridades da Segurança PĂșblica e do JudiciĂĄrio figuravam como alvos para ataques em Mato Grosso do Sul. Em depoimento após o flagrante do bilhete em maio deste ano, Guilherme negou que estivesse escondendo a carta.

O bilhete passou por perĂ­cia e teve o resultado anexado ao processo, no dia 27 de setembro deste ano. Gibi do PCC relatou que não estava com bilhete algum e que tudo não passa de uma armação contra ele.

O membro da facção ainda falou que não foi feita revista nele e que não sabe a quem pertence o bilhete. Segundo a denĂșncia do MPMS (Ministério PĂșblico Estadual), os agentes penais e um delegado de polĂ­cia prestaram depoimento confirmando os fatos.

Ainda segundo os agentes penais, Guilherme estava no pavilhão I destinado a presos de facção criminosa. Os dois agentes confirmaram o achado do bilhete.

Além disso, o delegado de polĂ­cia relatou que chegou ao seu conhecimento que na cela onde estava Gibi do PCC havia outros membros da facção. Gibi, inclusive, jĂĄ teria sido liderança da facção no Estado e na cela onde estava havia membros com posição hierĂĄrquica superior a ele.

Ainda na cela estavam detentos especialistas em explosivos. Por fim, o MPMS pediu pela condenação de Gibi do PCC nos termos da denĂșncia.

Em um trecho da carta, o integrante do PCC diz: "Falam umas ideia na rua.. estão represĂĄlia no sentido do secretĂĄrio de segurança do estado [sic] [...] raiva de promotor de justiça, raiva de justiça e da polĂ­cia. Se puder, vou ceifar todos como fiz com o Junior".

O presidiĂĄrio também confessou, no texto da carta, um homicĂ­dio cometido hĂĄ 7 anos. Ele cita apenas o nome da vĂ­tima, que seria Junior.

Em outro trecho da carta, Guilherme relata que o pedido de transferĂȘncia feito pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) foi aceito pelo Ministério PĂșblico.

Relatório da PolĂ­cia Civil classifica que o manuscrito possui trechos terroristas, atentatórios à estabilidade das instituições constituĂ­das, fazendo referĂȘncia hostil ao Dracco, Sejusp, Ministério PĂșblico, Poder JudiciĂĄrio e polĂ­cias em geral, motivados pelo inconformismo com a notĂ­cia do requerimento de sua remoção para presĂ­dio federal.

1Âș bilhete encontrado com instrução de bomba

Após um princĂ­pio de motim no dia 30 de maio, no PresĂ­dio de Segurança da Gameleira, em Campo Grande, foi descoberto um suposto plano de ataque à PolĂ­cia Militar e Civil de Mato Grosso do Sul, com instruções até de como se fazer bombas, guardadas com um membro do PCC.

Tudo estava escondido em um bilhete, dentro da costura do short de um dos detentos, identificado como Guilherme Azevedo dos Santos, de 29 anos, encarcerado em uma das celas do pavilhão I. Ele é apontado pela polĂ­cia como membro da facção criminosa PCC.

No bilhete, havia instruções para que os "irmãos" de facção se unissem para atacar os policiais militares, e policiais civis que estariam atacando os membros da facção de Caarapó e da região. Ainda no bilhete havia escrito: "vamos montar um tabuleiro e matar no ninho".

Ainda segundo as instruções do bilhete, era para que as delegacias fossem monitoradas e, assim, os batalhões atacados com bombas, 'matando no ninho'. Instruções para como fazer a bomba estavam listadas.

Ao final, o detento avisa que outras instruções seriam 'passadas logo'. Guilherme jĂĄ foi preso trĂȘs vezes por trĂĄfico de drogas, tentativa de homicĂ­dio e receptação.

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