A liberação para uso da aeronave pela polícia foi decidida esta semana pela 12ª Vara Criminal da Capital de Pernambuco, onde ocorrem os tramites judiciais da operação.
A decisão envolve o uso das aeronaves que compõem os bens apreendidos dos investigados. Entre os itens, está essa aeronave em nome de empresa do Gusttavo Lima, mas que teria sido vendida para o dono do site de apostas Vai de Bet (leia mais abaixo).
A juíza Andréa Calado, da 12ª Vara da Capital de Pernambuco, escreveu que "o objetivo da medida é garantir o funcionamento eficaz das atividades da Polícia Civil deste Estado, refletindo assim um interesse público na sua implementação".
De quem, afinal, é o avião?
Um dos jatinhos apreendidos pela Operação Integration está registrado em nome da empresa Balada Eventos, que pertence a Lima. O avião, porém, é operado pela empresa JMJ Participações, de José André da Rocha Neto, também dono da Vai de Bet, empresa de apostas online que até junho era patrocinadora máster do Corinthians.
A assessoria do sertanejo afirma que o avião foi vendido para a JMJ, mas no registro ainda o nome da empresa de Gusttavo Lima porque eles aguardam a documentação de transferência sair.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) diz que a parte vendedora (a Balada Eventos) ainda detém a propriedade e posse indireta do avião enquanto o pagamento integral não é concluído pela JMJ.
Tanto Rocha Neto, quanto Gusttavo Lima são investigados pela operação. A Vai de Bet, registrada em Curaçao (onde muitas empresas de apostas esportivas mantêm sede), tem Gusttavo Lima como patrocinador oficial e garoto-propaganda.
Quando o avião foi apreendido, a Vai de Bet informou, em nota, que acompanha a operação e se coloca à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos que forem solicitados quanto à atuação da empresa e de seus sócios".
Investigação
A Polícia Civil de Pernambuco investiga desde 2023 um grupo ligado a bets. Conforme o inquérito, a organização criminosa usava várias empresas de eventos, publicidades, casas de câmbio, seguros e outras para lavagem de dinheiro feita por meio de depósitos e transações bancárias.
A suspeita é de que a quadrilha use tanto as casas de apostas online regulares, quanto os jogos de azar ilegais (principalmente o jogo do bicho) para as práticas criminosas.