Nos primeiros dias da campanha, alguns dos locais visitados foram a Federação dos Pescadores e órgãos públicos, com distribuição de cartazes, camisas, bonés, visita a comércios e colônias de férias, explica o biólogo Bruno Stefanis, presidente do Instituto Biota.
"A gente já teve ano onde a gente visitou todas as prefeituras e fez o sistema de capacitação. E nessa capacitação, nós deixávamos um kit para que eles pudessem resgatar, coletar os dados - em caso quando a gente não puder atender. O lugar mais extremo daqui é Maragogi, por exemplo, 200 km. Então se uma tartaruga encarar lá e eu não puder atender, a prefeitura já tem o material básico para atender esse animal e depois nos passar a informação e esse animal entrar no nosso banco de dados."
De acordo com Bruno, quando os ambientalistas recebem um chamado de encalhe, eles checam o relato, pedem imagens e a localização. Uma rede de colaboradores, entre prefeituras e instituições no litoral, consegue chegar rápido até o animal.
"Acabamos agora mesmo de receber um vídeo da população mandando uma tartaruga toda enroscada no mangue e a nossa equipe está indo lá resgatar. E isso porque a gente acabou de fazer campanha nesse local. Então a gente sente que a população se engaja cada vez mais. Então ao avistar um animal, antes de fazer qualquer coisa, procura ligar para gente passar informação. Porque, por exemplo, dois cenários: tartaruga na areia pode ser uma tartaruga encalhada ou pode ser uma tartaruga desovando. A depender da sua atitude, você pode atrapalhar o processo de desova ou você pode salvar uma tartaruga encalhada."
O Instituto Biota leva o animal resgatado para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, onde é feito um tratamento com a equipe de veterinários até que a espécie possa voltar ao habitat natural.
A velocidade do resgate é essencial, porque conforme a intensidade do sol, o animal marinho pode morrer. Infelizmente, a taxa de devolução ao habitat natural ainda é baixa. Entretanto, mesmo se não sobreviverem, os bichinhos servem para ajudar em pesquisas e subsidiar políticas públicas.
No ano passado, o projeto registrou 639 animais encalhados em Alagoas, sendo 22 mamíferos aquáticos - golfinhos e baleias -, 461 tartarugas marinhas e 156 aves.
Todo mundo pode ajudar. Se você é morador de Alagoas ou um turista passando pelas praias de lá, já sabe: pode ajudar no resgate dos animais marinhos ou ter mais informações sobre o projeto, pelo site: institutobiota.org.br (ou pelo whatsapp: 82 99115-2944).
Meio Ambiente São Luís PF faz operação contra venda de animais marinhos ameaçados de extinção 26/11/2024 - 15:48 Nádia Faggiani / Liliane Farias Gabriel Corrêa - repórter da Rádio Nacional Campanha Encalhou Resgate animais marinhos terça-feira, 26 Novembro, 2024 - 15:48 2:46