Irregularidade em licitação pode interromper tratamento de 52 pacientes renais no interior
Ao todo, 52 portadores de doenças renais crônicas e agudas de Naviraí e municípios da região (Juti, Eldorado, Itaquiraí, Mundo Novo, Japorã e Iguatemi) vão iniciar o ano de 2025 na incerteza da continuidade do seu tratamento.
Ao todo, 52 portadores de doenças renais crônicas e agudas de Naviraí e municípios da região (Juti, Eldorado, Itaquiraí, Mundo Novo, Japorã e Iguatemi) vão iniciar o ano de 2025 na incerteza da continuidade do seu tratamento. O tão sonhado Centro de Nefrologia do município, inaugurado em novembro deste ano, está sob suspeita de irregularidades e favorecimentos no processo de licitação e o tratamento dos pacientes pode ser suspenso.
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Em setembro, a prefeita de Naviraí Rhaiza Matos (PSDB) realizou processo de licitação para a contratação de empresa especializada para o gerenciamento do Centro de Nefrologia. O valor do contrato foi de R$ 4,65 milhões pelo período de 12 meses de serviço.
Porém, o resultado final do processo de licitação foi questionado. O motivo foi a Prefeitura não assinar o contrato com a empresa vencedora na categoria menor preço e sim com a segunda colocada. Mesmo apresentando todos os documentos descritos no edital, a empresa Surgery MT Ltda, vencedora da licitação, foi desclassificada. A prefeitura alegou que a empresa "não atendeu às exigências previstas no edital".
O município inabilitou a empresa vencedora afirmando que ela não cumpriu o item 12.4.1 do termo de referência que solicitava atestado de capacidade técnica de prestação de serviço de 50% do prazo contratual previsto para o processo (seis meses) e Atestado de prestação de serviço de 50% da capacidade do serviço (Devendo considerar que a capacidade do serviço refere-se a 20 cadeiras de atendimento).
A empresa comprovou todos os requisitos da licitação com a prestação de serviço em 2022 ao Hospital Municipal Nossa Senhora Rosário em Guarantã do Norte (MT) e ao Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (MT), mas a prefeitura de Naviraí desconsiderou o documento e assinou com a empresa que ficou em segundo lugar, UCM – Unidade Crítica Médica EIRELI, com o valor superior ao proposto pela vencedora.
Surgery MT Ltda recorreu à Justiça solicitando a imediata suspensão da licitação e o Tribunal de Justiça reconheceu possíveis irregularidades. De acordo com o juiz relator Alexandre Corrêa Leite, "a suspensão do processo licitatório até a decisão final não representa risco irreversível, já que é plenamente possível retomar o certame após decisão definitiva, preservando o interesse público, conforme decidido em primeiro grau. Cumpre salientar que a suspensão até o julgamento final protege tanto o direito do licitante quanto o interesse público".
Com a indefinição do contrato, os pacientes de Naviraí e região ficam com a incerteza do tratamento que, como reconhece a Prefeitura, é um "procedimento delicado, o qual auxilia na qualidade de vida".