Clima adverso vai quebrar safra de soja de 2025?

O ano de 2025 começou com máquinas em campo Brasil afora para a colheita daquela que promete ser a maior safra de soja da história do nosso país. Consultorias privadas e governo projetam produção superior a 166 milhões de toneladas. Dados divulgados nesta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento indicam crescimento de 12% na oferta de soja em relação à temporada passada, algo em torno de 18 milhões de toneladas a mais.

Diversas consultorias privadas atualizaram os números para a safra nova agora em janeiro e, em comum, elas têm a visão de que a produção vai ser recorde. Entre as 6 empresas do setor privado ouvidas por nós, a que projeta a menor oferta do grão é a Pátria Agronegócios, com estimativa de quase 168 milhões de toneladas. Ainda assim o volume é superior ao projetado pela Conab. No topo da lista, aparece a Safras&Mercado, com produção estimada em 173,7 milhões de toneladas.

Em comunicado aos clientes, a Safras&Mercado justifica a visão positiva pelas produtividades observadas, especialmente em Mato Grosso, com média de produção estimada em 63,4 sacas por hectare. E pontua: por outro lado, há pontos de atenção devido às condições climáticas desfavoráveis no sul do Mato Grosso do Sul (MS) e no Rio Grande do Sul (RS), que podem levar a cortes e reduções de produtividade nessas regiões, resultando em revisões para baixo nesses estados. Apesar desses ajustes, o contexto geral aponta para uma ampla oferta de soja nesta temporada.

Na outra ponta, a Pátria Agronegócios dá mais peso aos problemas climáticos em curso em áreas do Centro-Sul e reduziu a previsão de oferta de soja em mais de 2 milhões de toneladas de dezembro para cá. Onde vemos mais efeitos nocivos desse padrão adverso de chuva, falta de chuva e calor excessivo, tem sido em MS, oeste de SP e noroeste do PR que acabou reduzindo a produtividade esperada.

A safra recorde reforça o Brasil como potência agrícola global. Apesar dos desafios climáticos em algumas regiões, o cenário é positivo. O avanço da colheita será decisivo para confirmar os números e abrir novas discussões sobre exportações, logística e mercado.