CNBB
Depois de 1 ano e 8 meses de dedicação mensal, a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que sofre (ACN) concluem, nesta quinta-feira, 1º de dezembro, a série da Jornada de Oração e Missão pela Paz.
Para marcar a última edição do projeto, a Jornada de Oração e Missão pela Paz será pelo Iêmen – país do Oriente Médio que faz divisa com a Arábia Saudita (ao norte), Omã (a leste), estreito de Bab el Manded, que o separa de Djibouti (ao sul), além de ser banhado pelo mar Vermelho (a oeste) e pelo Oceano Índico (ao sul).
De acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), “com mais de 20 milhões de pessoas que precisam de ajuda, no Iêmen se encontra a maior crise humanitária do mundo. As nossas equipes trabalham incansavelmente para prover alimentos, água limpa e utensílios domésticos essenciais, assim como apoiar as estruturas de saúde e melhorar as condições de vida nas prisões iemenitas”, destaca o site da instituição.
De acordo com o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Daniel Rochetti, o projeto começou a partir com um pedido de oração de um padre missionário.
“Tudo começou quando um missionário brasileiro que trabalhava no Mianmar, um país no sudeste asiático, pediu a nossa ajuda, ao menos com oração, já que um conflito civil muito grandioso estourou naquele país. Desde então, a CNBB através da Comissão para Ação Missionária promoveu ao longo desse período todo, jornadas de oração e missão pela paz por países que vivem em conflito”, destaca.
A Jornada de Oração e Missão pela Paz integra uma série que coloca o valor da oração como “agir missionário” e propõe que cada cristão católico dedique um tempo do dia para rezar por determinado país. Segundo padre Daniel, são três os objetivos principais das Jornadas de Oração: Colaborar com a missão através da oração; alargar os horizontes e entender que a igreja naquela localidade pode se tornar um canal de promoção de paz.
Segundo padre Daniel, pode-se colaborar de diversas formas, mas a oração imprescindível. Ao alargar os horizontes, o assessor defende que os fiéis deixam de rezar somente por suas próprias intenções, de certa forma limitados apenas às nossas bandeiras.
“A oração por um determinado país possibilita entender que a Igreja naquela localidade naquele país, pode se tornar através dos seus membros, um canal de promoção de paz de justiça, estabelecimento da verdade, do bem pra todos”, afirmou.
Padre Daniel espera que a partir de agora seja um costume de cada cristão colocar nas contas dos terços, nas missas que celebramos ou participamos, da nossa oração diária, 0 nosso olhar mais largo que nos faz e nos torna missionários, rezando pra além das nossas próprias intenções”.
O conflito iniciou em 2014 como uma luta interna entre rebeldes Houthi pró-Irã e as forças governamentais apoiadas pela Arábia Saudita; ao longo dos meses, se transformou em guerra aberta com a intervenção da Arábia Saudita em março de 2015 à frente de uma coalizão de nações árabes e causou quase 400 mil vítimas nos últimos anos.
Segundo a ONU, causou a “pior crise humanitária do mundo”, na qual a Covid-19 teve efeitos “devastadores”; milhões de pessoas passam fome e as crianças – 11 mil mortos no conflito – sofrerão as consequências por décadas. Há mais de três milhões de pessoas deslocadas internamente, a maioria delas vive em condições de extrema miséria, fome e epidemias de vários tipos, entre elas a cólera.
Com informações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Brasil Escola UOL e Vatican News