Ainda hospitalizado, Papa Francisco tenta trabalhar após uma "noite tranquila"
O papa Francisco, hospitalizado desde a semana passada por uma pneumonia nos dois pulmões, passou “uma noite tranquila”, levantou e tentou trabalhar, informou nesta quinta-feira (20) a Santa Sé, um dia depois de anunciar uma leve melhora no estado de saúde do pontífice.
O papa Francisco, hospitalizado desde a semana passada por uma pneumonia nos dois pulmões, passou “uma noite tranquila”, levantou e tentou trabalhar, informou nesta quinta-feira (20) a Santa Sé, um dia depois de anunciar uma leve melhora no estado de saúde do pontífice. “A noite foi tranquila, o papa se levantou e tomou café da manhã em uma poltrona”, afirmou o Vaticano em um breve comunicado.
Francisco, 88 anos, foi internado no hospital Gemelli de Roma devido a uma bronquite na sexta-feira passada, mas, na terça-feira, a Santa Sé anunciou que foi diagnosticado com pneumonia bilateral. Fontes do Vaticano afirmaram que, apesar da doença, o papa se mantém informado e tenta trabalhar, lendo e assinando documentos, escrevendo e conversando com seus colaboradores.
Na quarta-feira, a Santa Sé explicou que os exames de sangue “mostram uma leve melhora, em particular os indicadores” de inflamação. O anúncio de que o papa está com pneumonia – uma infecção do tecido pulmonar, potencialmente fatal – aumentou a preocupação com a saúde do líder da Igreja Católica. O diagnóstico é complexo porque o jesuíta argentino teve parte do pulmão direito removido na juventude.
A inquietação sobre a saúde do papa aumentou após a propagação de notícias falsas nas redes sociais, em particular no X, que relatavam a morte de Francisco em vários idiomas. Os colaboradores mais próximos do pontífice e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, o visitaram na quarta-feira.
Segundo a chefe de Governo, que passou 20 minutos com Francisco, o papa estava “alerta e receptivo”. Meloni afirmou que “brincou” com ele. “Não perdeu o seu famoso senso de humor”, declarou a governante de extrema direita.
Uma fonte do Vaticano afirmou na quarta-feira que o papa conseguia levantar e sentar em uma poltrona. Respira sem a assistência de aparelhos, mas os médicos não descartam que precise do auxílio em algum momento. O papa cancelou os compromissos previstos para esta semana, incluindo uma audiência no sábado e a missa de domingo na basílica de São Pedro.
Mas ainda não foi anunciado se ele pronunciará o Angelus ao meio-dia, após a missa de domingo, que será celebrada por um cardeal. “Ainda não sabemos como será feito”, declarou o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni. François Mabille, pesquisador do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (Iris), e diretor do Observatório Geopolítico do Religioso, afirmou que o Vaticano está agora em “uma espécie de limbo”. “Temos um papa que está doente, mas que está vivo, que pode falar. Há uma incerteza que enfraquece o papa e a Santa Sé, que é saber o que será do seu estado de saúde”, declarou à AFP.
Diante do hospital Gemelli, muitos fiéis se aproximaram para acender velas com o rosto de Francisco, em sinal de apoio. A Igreja pediu a todos os católicos do mundo que rezem pela saúde do papa. Na praça de São Pedro do Vaticano, Suzanna Munteanu, uma turista romena, disse à AFP nesta quinta-feira que está preocupada com Francisco, mas que acredita na recuperação.
“Amo este papa […] é muito querido, especialmente porque se preocupa com as pessoas pobres, e espero que ele se recupere rapidamente”, declarou. Apesar dos frequentes problemas de saúde dos últimos anos – entre eles de quadril, dores no joelho que o obrigam a se locomover em cadeira de rodas, operações e infecções respiratórias -, o argentino Jorge Bergoglio manteve uma agenda cheia e declarou que não tem a intenção de reduzir o ritmo de trabalho. Os médicos insistem que ele deveria interromper um pouco as atividades.
A hospitalização do papa, a quarta em menos de quatro anos, provocou a retomada do debate sobre sua saúde, especialmente porque a internação ocorre no início do ano jubilar da Igreja Católica, o que significa uma longa lista de eventos, muitos deles presididos pelo papa. Antes da internação na sexta-feira, Francisco pareceu debilitado em cerimônias públicas, com o rosto inchado e a voz entrecortada. Ele delegou em várias ocasiões aos assistentes a leitura dos discursos. Em 2023, o papa ficou hospitalizado por três dias devido a uma bronquite.
*Com informações da AFP
Publicado por Victor Oliveira