Promotora investiga falta de remédios e paralisação de atendimentos na Santa Casa

A promotora Daniella Costa da Silva abriu inquérito civil para apurar o desabastecimento de medicamentos e insumos e a paralisação dos atendimentos ambulatoriais e eletivos no Hospital Santa Casa de Campo Grande.

Foto: JD1 Notícias

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A promotora Daniella Costa da Silva abriu inquérito civil para apurar o desabastecimento de medicamentos e insumos e a paralisação dos atendimentos ambulatoriais e eletivos no Hospital Santa Casa de Campo Grande.

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A promotora quer entender ainda quais medidas estão sendo adotadas pela Secretaria Estadual e Secretaria Municipal de Saúde para evitar a desassistência dos pacientes. "Com base na gravidade dos problemas relatados no Hospital Santa Casa de Campo Grande, é essencial adotar diligências que permitam uma apuração mais aprofundada das causas e uma intervenção efetiva para resolver as falhas no atendimento à população", justificou a promotora.

Em reunião com médicos do hospital, foi relatada a falta de insumos e materiais que dura três meses, como anticoagulantes, antibióticos e antivirais; falta de transparência na gestão e ausência de recebimento de salários de médicos, que alegam estarem cinco meses sem receber, em uma dívida que passa de R$ 30 milhões.

Segundo os médicos, faltam insumos relevantes para realização de cirurgias, que comprometem a saúde dos pacientes e impactam na recuperação.  Desde 1 de setembro do ano passado a UTI do trauma está fechada por problema no ar-condicionado. Em razão disso, os pacientes são internados no centro cirúrgico, que não possui isolamento, gerando grande risco de contaminação.

Os médicos afirmam que a falta de condições de trabalho causou a suspensão de ambulatórios e  cirurgias eletivas de diversos serviços, incluindo ortopedia, cirurgia plástica, cirurgia cardiovascular e urologia.  Eles solicitaram mais transparência na gestão da Santa Casa, com planejamento atual e futuro, melhores condições de trabalho, com pagamento de salários em atraso, reabastecimento de medicamentos, insumos e conserto de equipamentos danificados.

"Considerando necessidade de investigar os impactos do atraso nos pagamentos a profissionais e fornecedores, a fim de solicitar à Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) e ao Hospital Santa Casa informações detalhadas sobre os motivos dos atrasos nos pagamentos aos médicos, fornecedores e prestadores de serviços, incluindo a justificativa para a demora nos repasses financeiros e suas consequências no funcionamento do hospital. Investigar, por meio de diligência específica, se os atrasos nos pagamentos estão afetando a qualidade do atendimento médico e hospitalar, gerando desassistência aos pacientes", justificou a promotora.