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ex-PGJ

Chega ao STJ recurso contra atuação de Alexandre Magno em concurso

Ação aponta que participação do ex-chefe do MPMS em banca de concurso foi irregular


Recurso contra atuação de Alexandre Magno Benites Lacerda em concurso do MPC (Divulgação)

JĂĄ estĂĄ em tramitação no STJ (Superior Tribunal de Justiça) recurso que questiona atuação irregular do ex-PGJ (Procurador-Geral de Justiça), Alexandre Magno Benites de Lacerda, em concurso para procurador de contas substituto do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de ). Certidão confirmando a entrada do processo sob o n. 2025/0063511-0 foi emitida no fim de fevereiro.

O vice-presidente do  (Tribunal de Justiça de MS), desembargador Fernando Mauro Moreira Marinho, foi quem assinou a remessa à Corte Superior, que Ă© a segunda em hierarquia no paĂ­s, abaixo apenas do STF.

Dessa forma, o magistrado entendeu que o recurso Ă© vĂĄlido.

Justiça negou anular fase do concurso

No mandado de segurança, o advogado, que tambĂ©m Ă© candidato do concurso, pedia a anulação da 3ÂȘ fase do certame, que foi a prova oral. Assim, AndrĂ© alegou "irregularidade na composição da Banca Examinadora da prova oral, pois, nela atuou membro do MinistĂ©rio PĂșblico estadual, o qual desempenhou, inconstitucionalmente, função vedada e consultoria jurĂ­dica ao TCE-MS".

No entanto, a 4ÂȘ Seção CĂ­vel do TJMS (Tribunal de Justiça de MS) negou o pedido, argumentando que "A participação de membro do MinistĂ©rio PĂșblico Estadual na banca examinadora não contraria a legislação vigente, não havendo vedação expressa na Resolução TCE-MS nÂș 158/2022 ou em outras normativas aplicĂĄveis", conforme consta em trecho do acórdão publicado no dia 23 de setembro.

Ação foi proposta pelo advogado AndrĂ© Francisco Cantanhede de Menezes (Reprodução)

Dessa forma, o advogado peticionou, no Ășltimo dia 15 de outubro, recurso submetendo o caso ao STJ, em .

Antes do recurso ser admitido pela vice-presidĂȘncia do TJMS, o MPMS enviou nota oficial em que o ex-PGJ disse que: "O Mandado de Segurança que foi denegado ao autor AndrĂ© Francisco, teve a interposição de um recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), estando pendente sobre sua admissibilidade pela Vice-PresidĂȘncia do TJMS.

Ou seja, ainda não foi decidido se irĂĄ ou não ser apreciado pelo STJ, sendo que, caso seja encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça, inexistirĂĄ qualquer mĂĄcula, pois Ă© próprio do sistema de justiça a admissão ou não de qualquer recurso, pois o direito ao contraditório e ampla defesa Ă© inerente da Constituição Federal.

No entanto, Ă© importante deixar claro que não sou parte no processo cĂ­vel de mandado de segurança e nunca me manifestei nele".

Sobre sua atuação na banca do concurso, organizado pelo TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de MS), Magno afirma que as denĂșncias "foram rechaçadas de plano, liminarmente, pelo Corregedor Nacional, pois absolutamente infundadas e afastadas de posicionamentos reiterados da possibilidade de membros do MinistĂ©rio PĂșblico e da Magistratura, de TODO O , participarem de concurso pĂșblico fora de suas instituições. Tanto Ă© fato que existe uma resolução nacional conjunta do CNJ e do CNMP, determinando esta participação de membros da Magistratura no concurso do MP como examinadores".

E continua: "Saliente-se que o CNMP Ă© um órgão plural, composto por representantes do MP, do STF, do STJ, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e da OAB, e presidido pelo Procurador-Geral da RepĂșblica, tendo todos os seus integrantes rejeitado os argumentos desfilados nas matĂ©rias e que foram lançados pelo então candidato AndrĂ©".

Por fim, o ex-chefe do MPMS confirma os valores recebidos para participar do concurso, mas afirma que Ă© tudo legal: "Esclareço que o valor recebido por serviços prestados na composição da banca examinadora responsĂĄvel pela atuação na prova oral do concurso pĂșblico para provimento de vagas no cargo de Procurador de Contas Substituto do MinistĂ©rio PĂșblico de Contas, foi no valor lĂ­quido de R$ 29.770,79 (vinte e nove mil, setecentos e setenta reais e setenta e nove centavos), como recibo de pagamento autônomo, jĂĄ com os devidos descontos legais de INSS, IRPF retido e ISSQN Retido, e depois restituĂ­do uma diferença de INSS retido a maior de quase R$ 700,74 (setecentos reais e setenta e quatro centavos).

Tal atuação permitida constitucionalmente se aplica nos moldes de pagamentos para professores, para fins de remuneração, especialmente em razão da minha formação acadĂȘmica.

Tenho absoluta convicção da legalidade de minha atuação como examinador de um concurso pĂșblico de uma carreira irmã, do MinistĂ©rio PĂșblico de Contas, foi prestando com honestidade, responsabilidade e transparĂȘncia".

Novo posicionamento foi solicitado pela reportagem. No entanto, não obtivemos retorno atĂ© esta publicação. O espaço segue aberto para nova manifestação.

Sessão no CNMP com presença do atual PGJ e de Paulo Passos "enterrou" denĂșncia contra Alexandre Magno

Em novembro de 2024, o CNMP arquivou a denĂșncia contra Magno. A sessão contou com voto do antecessor de Magno no cargo de PGJ, atual conselheiro Paulo CĂ©zar Passos. AlĂ©m disso, o atual chefe do MPMS, Romão Ávila Milhan JĂșnior, estava presente no plenĂĄrio do Conselho.

Ex-PGJ e atual conselheiro do CNMP, Paulo Passos participou da sessão que livrou seu colega de procedimento disciplinar (Reprodução)

Inconformado com a decisão, o advogado, AndrĂ© de Menezes, conversou com a reportagem do Jornal Midiamax. Ele aponta que houve corporativismo na decisão do Conselho Nacional. "VocĂȘ tem no CNMP um integrante do órgão estadual [Paulo Passos] e o atual PGJ [Romão JĂșnior] estava lĂĄ na sessão. Tudo isso faz pressão para manter o corporativismo", disparou.

A presença do atual PGJ durante sessão que poderia resultar em procedimento disciplinar contra seu procurador-adjunto e antecessor como chefe do MPMS causou estranheza ao advogado. "VocĂȘ não manda o presidente se pode mandar um secretĂĄrio. Se ele [Romão] estava lĂĄ Ă© porque tem algum motivo para isso. Mas, minha parte como cidadão estou fazendo, se quiserem manter esse corporativismo, fica a critĂ©rio deles", pontuou.

Porém, o advogado entrou com recurso, que ainda estå pendente de anålise junto ao CNMP.

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