STF é unânime em aceitar denúncia contra deputados e suplente do PL
Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou rĂ©us nesta terça-feira (11) dois deputados federais e um suplente do Partido Liberal (PL) pelos crimes de corrupção passiva e organização criminosa.
Com a decisão, vão responder a processo no STF os parlamentares Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA), alĂ©m do suplente Bosco Costa (PL-SE). Eles são acusados pela Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) de cobrar propina para a liberação de emendas parlamentares.
A votação ocorreu de forma virtual na Primeira Turma da Corte. A deliberação começou no dia 28 de fevereiro e foi finalizada nesta terça-feira.
AlĂ©m do relator, Cristiano Zanin, os ministros Alexandre de Moraes, CĂĄrmen LĂșcia, FlĂĄvio Dino e Luiz Fux votaram para transformar os acusados em rĂ©us.
De acordo com a PGR, entre janeiro e agosto de 2020, os acusados solicitaram vantagem indevida de R$ 1,6 milhão para liberação de R$ 6,6 milhões em emendas para o municĂpio de São JosĂ© de Ribamar (MA).
Segundo Zanin, hĂĄ "indĂcios suficientes" para o recebimento da denĂșncia da procuradoria. AlĂ©m disso, o ministro ponderou que, nesta fase processual, cabe ao Supremo apenas analisar o preenchimento das acusações formais da acusação.
"Não se exige, para este juĂzo de admissibilidade, prova completa do crime e de sua autoria, bastando a fundada suspeita quanto aos imputados e a prova da materialidade dos fatos. O recebimento da denĂșncia, pois, não implica julgamento antecipado nem conduz à conclusão sobre culpabilidade", escreveu Zanin.
Defesas
A defesa do deputado Josimar Maranhãozinho declarou ao Supremo que as acusações da PGR contra o parlamentar se "mostram frĂĄgeis e desfundamentadas".
Os advogados de Bosco Costa defenderam a rejeição da denĂșncia por falta de provas. A defesa afirmou ao Supremo que a acusação estĂĄ baseada em "diĂĄlogos de terceiros e anotações manuscritas desconhecidas de Bosco".
A defesa de Pastor Gil defendeu a ilegalidade das provas obtidas na investigação por entender que o caso deveria ter iniciado no STF, e não na Justiça Federal do Maranhão. Os advogados tambĂ©m acrescentaram que a denĂșncia Ă© baseada em "hipóteses e conjecturas".