Milhares de brasileiros moram e trabalham fora do Brasil, seja porque conseguiram uma expatriação ou porque um trabalho quando chegaram a outro país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2010 e 2020, houve um crescimento de 625 mil migrantes, atingindo um total de 4,2 milhões brasileiros no exterior. O crescimento representa um percentual de 35% e foi favorecido por uma nova realidade global de empregos flexíveis quanto ao local de trabalho. A profissional de Recursos Humanos Karolyne Fabreto cita algumas carreiras que estão em alta no exterior: “Profissionais de tecnologia, engenharia, quando não há tantos profissionais quanto no Brasil, e esses profissionais são buscados pelas empresas aqui no Brasil. Algumas empresas pagam toda a mudança desses profissionais, e eles conseguem migrar. Bem como há profissionais que vão para fora e, lá, eles encontram essa oportunidade. Então há essas duas possibilidades para o profissional que quer trabalhar em outro país. Eu também tenho mentorados que trabalham aqui no Brasil, mas ganham em dólar, porque conseguem trabalhar remotamente para empresas de fora. Também há essa possibilidade”. Por lei, os brasileiros que residem fora do país há mais de um ano precisam emitir a declaração de saída definitiva do país. Essa obrigação tributária representa o último imposto de renda que o beneficiário precisa declarar no Brasil.
Malu Pontes decidiu mudar de vida e foi morar em Miami, nos Estados Unidos. Locutora, ela pode trabalhar de qualquer lugar e grava para empresas de todo o mundo, inclusive do Brasil. Para ela executar sua atividade laboral, basta ter um microfone, um notebook e uma boa conexão com a internet. “Por várias coincidências, eu acabei parando nos Estados Unidos só para revalidar meu visto canadense, mas acabei me encantando pela cidade, a tecnologia, o acesso. E apliquei para o green card americano. Quando meu green card foi aceito, aí, definitivamente, a gente resolveu estabelecer moradia nos Estados Unidos. Mas o plano inicial era mudar para o Canadá. Foi um planejamento de dois anos antes da mudança, para a gente chegar sem problemas, a gente fez uma reserva financeira, eu sabia que eu ia pegar o meu dinheiro e dividir por cinco, ganhando do Brasil e vivendo em dólar. Então, eu já vim com tudo planejado. Não foi nada feito no susto, para que a gente pudesse ter uma adaptação tranquila e dar certo”, conta.
*Com informações do repórter Victor Moraes