As obras selecionadas para a exibição cobrem quase duas décadas de produção da artista contemporânea e, entre elas, há trabalhos que foram produzidos em parceria com o cineasta Tiago Mata Machado e o artista sul-africano Jean Meeran. A curadoria é de Isabella Rjeille.
O título da exposição, por exemplo, se refere a um trabalho da artista que consiste em desenhar um muro de tijolos com um rolo de fita crepe e uma folha de papel. A fita e o papel são da mesma cor, confundindo figura e fundo. Com o tempo, a fita envelhece e ganha tons amarelados, destacando-se sobre o papel.
Seu trabalho também é conhecido pelas figuras constantes do estudante e do trabalhador. Materiais provenientes de ambientes escolares ou da construção civil são utilizados em alguns dos trabalhos, aludindo à força de transformação social. Em um deles, por exemplo, a artista utiliza uma cadeira escolar que foi usada por estudantes secundaristas durante as ocupações das escolas públicas em 2016. Essa cadeira é equilibrada apenas por um punhado de giz, refletindo sobre o fato de os secundaristas desafiarem a ordem das coisas para alterar os rumos da educação brasileira.
Cinthia Marcelle: por via das dúvidas integra a programação bienal do Masp dedicada às histórias brasileiras, por ocasião do bicentenário da Independência do Brasil, celebrado neste ano.
Às terças-feiras, o Masp tem entrada gratuita. Para isso, é necessário fazer um agendamento prévio. Mais informações sobre a exposição podem ser obtidas no site https://masp.org.br/exposicoes/cinthia-marcelle .