A promulgação da PEC do Estouro, na noite de quarta-feira (21), denota um grande poder de articulação tanto do presidente eleito Luiz InĂĄcio Lula da Silva, quanto do presidente da Câmara, Arthur Lira.
Esta é a avaliação do cientista polĂtico Renato Dolci.
O Senado aprovou, em segundo turno, o texto por 63 votos a 11.
"A votação expressiva mostra a capacidade de articulação do governo Lula, que é conhecido por isso", disse Dolci, à CNN RĂĄdio.
Ao mesmo tempo, ele destaca que "essa articulação tem fundamental presença de Lira e interesse do Centrão, que apoia a decisão."
Segundo o especialista, os parlamentares que integram o Centrão estão "de olho na barganha de potenciais cargos que possam vir a cobrar devido ao apoio ao texto."
Dolci explica que a vitória é do governo, de Lira, que "garante potencial de renovação de sua presidĂȘncia na Câmara", e demonstra força do Centrão.
"Sem a capacidade de articulação, seria difĂcil [aprovar]", completou.
A PEC mantém o valor de R$ 145 bilhões extra-teto, com o prazo de vigĂȘncia reduzido de dois para um ano.
"Lula esperava vigĂȘncia maior para não precisar negociar tão caro as pastas nos ministérios, ter que renegociar PEC ano que vem traz poder de barganha muito alto para o Congresso", ponderou