"Se houver essa possibilidade, ficaria muito feliz em vê-lo na seleção brasileira. Só nós brasileiros somos bons para o Brasil? Não, não temos que ficar preservando cargos. Eu não gosto disso", afirmou Felipão. "Quero colocar a minha opinião para que todos saibam. Nós (treinadores) saímos do Brasil tantas vezes e tiramos lugar de tantos, não podemos querer agora cercear o direito de um estrangeiro trabalhar aqui. É bom? Traga, independe de nacionalide", concluiu.
Felipão já teve a experiência de ser o estrangeiro treinando uma seleção nacional. No caminho inverso ao qual Abel faria, o brasileiro treinou Portugal nos primeiros anos de ascensão de Cristiano Ronaldo e teve sucesso por lá. Assumiu a equipe em 2003, um ano depois do penta com o Brasil, e conseguiu levar os portugueses às semifinais da Copa do Mundo de 2006.
Os lusitanos foram derrotados pela França na semifinal e pela Alemanha na disputa do terceiro lugar, mas a quarta posição foi muito celebrada, até porque a seleção portuguesa não disputava uma semi de Mundial desde 1966, ano em que contava com o lendário Eusébio e terminou em terceiro lugar.
Além da proximidade com Portugal, Scolari tem em comum com Abel Ferreira o fato de também ser ídolo do Palmeiras. Antes dos dois títulos seguidos da Libertadores conquistados sob o comando do português, o time palmeirense levantou a tão desejada taça pela primeira vez em 1999, quando tinha o hoje multicampeão Felipão como treinador.