O presidente do Chile, Gabriel Boric, anunciou a renúncia da ministra da Justiça, Marcela Ríos, uma semana após a polêmica provocada pelos indultos de 12 condenados pelos motins de 2019 e de um ex-integrante do grupo armado radical Frente Patriótica Manuel Rodríguez (FPMR). “Quando ocorrem situações dessas características na política, devemos assumir responsabilidades”, afirmou o presidente, neste sábado, 7. Em um breve comunicado, o presidente argumentou que a renúncia de Ríos, com a qual já se especulava ontem à tarde, se deve à confusão que ocorreu ao “executar minha decisão de conceder indultos e também considerar a necessidade de fortalecer a gestão política do Ministério de Justiça e Direitos Humanos”. O novo ministro será o advogado Luis Cordero Vega, que “irá integrar a equipe do governo nos próximos dias, já que atualmente se encontra fora do país”. Boric também confirmou a demissão de seu chefe de gabinete e principal assessor, Matías Meza-Lopehandía.
Tanto Ríos quanto Meza Lopehandía vêm da Convergência Social, partido que se define como “feminista, socialista e libertário” e que faz parte da Frente Ampla, coalizão de formações de esquerda que apoiam o presidente. Essa é a segunda grande crise do governo de Boric em apenas dez meses. A primeira crise do governo de Boric ocorreu após a vitória da rejeição no plebiscito para mudar a constituição realizado em 4 de setembro, quando dois de seus colaboradores mais próximos caíram, a ministra do Interior, Izkia Siches, e o ministro das relações com o Governo com o Congresso, Giorgio Jackson. Além disso, significou uma virada mais moderada à esquerda, criando as primeiras fissuras na coligação governamental.
*Com informações da EFE