Cappelli entregaria o documento ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ainda hoje (26), mas no início da manhã, sua equipe informou que o interventor pediu uma análise cuidadosa das cenas registradas pelas câmeras do circuito interno de segurança do STF e por drones. O objetivo é verificar se os vídeos tornados públicos esta semana contêm detalhes importantes para a investigação que ainda não constem do relatório. Com isso, a apresentação do relatório foi adiada para amanhã (27).
Em mais de uma ocasião, Cappeli apontou que “faltou comando” aos policiais militares que estavam de serviço no último dia 8, o que os impediu de conter as ações de vandalismo e as "posturas terroristas".
“O que houve [naquele] domingo (8) foi falta de comando e de liderança”, disse o interventor no último dia 11, citando nominalmente o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. Hoje, o interventor usou sua conta pessoal no Twitter para voltar a criticar os ex-responsáveis pela segurança pública do Distrito Federal. "As imagens das câmeras do STF divulgadas pelo Jornal Nacional são graves. Confirmam a ausência de planejamento e uma execução, no mínimo, absolutamente fora dos padrões. Tudo será apurado. A lei será cumprida."
As imagens das câmeras do STF divulgadas pelo JN são graves. Confirmam a ausência de planejamento e uma execução, no mínimo, absolutamente fora dos padrões. Tudo será apurado. A lei será cumprida.
— Ricardo Cappelli (@RicardoCappelli) January 26, 2023
Delegado federal de carreira e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, Torres está preso desde o último dia 14. Com o fim do governo Bolsonaro, ele assumiu a secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal no último dia 2. Quatro dias depois, tendo substituído ocupantes de cargos chaves na segurança, viajou de férias para os Estados Unidos.
Um dia após desembarcar em território norte-americano, milhares de pessoas deixaram o acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, e, escoltadas por viaturas policiais, chegaram sem qualquer objeção até a Esplanada dos Ministérios, onde logo começou o tumulto que resultou no ataque aos Três Poderes.