
Ex-chefe de Operações da PM sobre 8/1: "Apagão total da inteligência"
Em depoimento à PF, Naime chegou a comentar que “a PM não deve ter recebido as informações de que haveria uma manifestação daquele tamanho”. Porém, como mostrado pelo Metrópoles, autoridades da área de segurança pública do DF, incluindo o ex-comandante-geral da PMDF Fábio Augusto Vieira, foram informadas sobre a chegada de milhares de bolsonaristas em Brasília naquele fim de semana.
Relatório da Polícia Federal disponibilizado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nessa quinta-feira (9/2) mostra que um tenente-coronel da PM fez pelo menos cinco alertas a autoridades em um grupo de WhatsApp. No entanto, os avisos feitos por Jorge Henrique da Silva Pinto foram ignorados.
Mais sobre o assunto
Distrito Federal Distrito FederalEx-chefe de Operações da PMDF diz que Exército frustrou remoção de bolsonaristas do QG
Distrito FederalPolicial fez 5 alertas antes das invasões de 8/1, mas foi ignorado. Veja mensagens
Distrito FederalAtual comandante da PMDF autorizou dispensa do chefe de Operações em 8/1
De acordo com o documento, havia sete pessoas no grupo “Difusão”:
- O coronel da PMDF Fábio Augusto Vieira;
- Os policiais civis do DF Thiago Frederico de Souza Costa e Alberto Barbosa Machado Nunes Rodrigues;
- O então secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres;
- O secretário de Segurança substituto Fernando de Sousa Oliveira;
- A delegada da PF Marília Ferreira de Alencar;
- O tenente-coronel Jorge Henrique da Silva Pinto.
No dia 7 de janeiro, o tenente-coronel da PM começou a enviar alertas no grupo sobre a chegada de bolsonaristas à capital federal, que teriam a intenção de compor o movimento chamado “Tomada do Poder”. Conforme o relatório da Polícia Federal, Jorge Henrique fez sete avisos sobre os atos no grupo, sendo que cinco deles ocorreram antes das invasões. Confira aqui.
Naime estava de dispensa
Jorge Naime tirou dispensa-recompensa no dia 3 de janeiro, mesmo com uma determinação do subcomando-geral da corporação proibindo afastamentos antes do dia 9. Em depoimento à Polícia Federal, o coronel argumentou que conseguiu sair antes porque o então subcomandante Klepter Rosa — atual comandante-geral — abriu uma exceção a ele em conversa informal.
De acordo com o coronel Naime, uma circular assinada por Rosa proibia afastamentos como abono, férias e dispensa-recompensa até 8 de janeiro. No entanto, ele afirma que recebeu autorização do próprio subcomandante-geral, pois havia trabalhado nove fins de semana seguidos.
The post Ex-chefe de Operações da PM sobre 8/1: “Apagão total da inteligência” first appeared on Metrópoles.