INVESTIMENTO DE R$ 88 MILHÕES EM CENTRO DE EXCELÊNCIA
Se hoje Marrocos desfruta do sucesso obtido na Copa do Mundo do Qatar (a seleção foi quarta colocada), pode-se dizer que o rei teve sua participação.
O monarca construiu em 2010, na região de Salé, um centro de excelência para garantir o desenvolvimento do futebol no Marrocos. Ele leva o seu nome: Mohammed VI Football Academy e custou R$ 88 milhões.
O projeto é focado na alta performance para revelar jovens talentos, diferentemente de uma escolinha voltada para a recreação de crianças.
Adolescentes entre 13 e 18 anos precisam passar por uma peneira para ingressar na Mohammed VI Football Academy, para somente então integrar um seleto grupo de 50 jogadores que terão ao seu dispor tudo que há de mais avançado em termos de treinamento, tecnologia e estrutura.
O projeto já revelou jogadores como Youssef En-Nesyri, Nayef Aguerd e Azzedini Ounahi, que atuam no futebol europeu e foram destaques na Copa do Mundo do Qatar. No Mundial, o Real Madrid tem utilizado as instalações da Mohammed VI Football Academy para treinos.
ORDENOU TROCA DE LOCAL DE PARTIDA E DE TREINO DO FLAMENGO NO MUNDIAL
Até a Fifa teve de se submeter ao rei. Segundo ela própria, foi Mohammed VI quem ordenou a troca de sede para a disputa de terceiro e quarto lugar entre Flamengo e Al Hilal, transferindo o duelo de Rabat para Tânger, mesmo diante dos protestos dos torcedores rubro-negros presentes no Marrocos.
E essa não foi a única vez que o monarca interferiu na logística do Flamengo. Logo na chegada do clube carioca, ele determinou a alteração do local de treino da equipe, passando do CT do FUS Rabat para o estádio do time local. A alegação foi a questão da segurança.
O UOL consultou o Flamengo, que confirmou que nos dois casos o rei -através de seus assessores sugeriu as mudanças.
SÓ TORCE PELA SELEÇÃO MARROQUINA
Segundo os marroquinos, Mohammed VI não torce para nenhum time do país. Sua paixão fica toda concentrada na seleção.
Após a campanha histórica de Marrocos na Copa do Mundo do Qatar, ele fez questão de receber os jogadores e ofereceu as mais altas condecorações.
Eles receberam "wissams", medalhas honoríficas entregues pelo rei por serviços distintos de natureza civil ou militar. O treinador, Regragui, e o presidente da Federação Marroquina de Futebol, Faouzi Lekjaa, ganharam a condecoração de segunda classe da Ordem do Trono. Já os jogadores foram presenteados com a de terceira classe.
REI POR TODOS OS LADOS
Quem viajar ao Marrocos pode ter certeza de uma coisa: em nenhum dia você esquecerá que o país possui um rei. Isso porque ele está, literalmente, por todas as partes.
As fotos de Mohammed VI estão presentes desde hotéis e restaurantes até mesmo nas lojinhas de artesanato das medinas (mercado popular). Há até algumas temáticas, como a tenda que vende camisas de times de futebol, onde há um quadro do monarca com a camisa da seleção marroquina.
Fotografias de Mohammed também estão nos estádios do país. O Tânger Stadium, por exemplo, possui uma imagem gigante sua na fachada principal.
O rei é aguardo no estádio Moulay Abdalah, em Rabat, para assistir a final do Mundial de Clubes entre Real Madrid e Al Hilal. Até o momento ele ainda não compareceu a nenhum jogo.
Em 2013, quando Marrocos também sediou o Mundial, Mohammed VI marcou presença na decisão e um forte esquema de segurança foi montado, com as avenidas principais sendo fechadas para que ele transitasse.
A luxuosa tribuna onde ele fica no estádio Moulay Abdalah é feita de mármore branco com uma enorme cascata, e a água desce do camarote até quase o campo. Por lá também ficarão o presidente da Fifa, Gianni Infantino, e os presidentes dos clubes.