Próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Emídio foi coordenador do plano de governo de Fernando Haddad nas eleições de 2022 e é um dos quadros mais tradicionais do PT paulista.
Ex-prefeito de Osasco, uma das maiores cidades do estado, ele já presidiu o diretório estadual petista e empregou um dos filhos de Lula no seu gabinete na Alesp quando o atual presidente esteve preso em Curitiba, em 2019.
Na briga pelo comando da 1ª Secretaria, Emídio concorre com os deputados Teonilio Barba e Ênio Tatto. A eleição da nova da Mesa Diretora da Alesp ocorre no dia 15 de março, quando os 94 deputados estaduais eleitos no ano passado tomam posse.
Como o Metrópoles mostrou no início do mês, Barba era o favorito na disputa até a entrada de Emídio no páreo. Ele conta com o apoio do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, atual presidente do diretório estadual do partido. A expectativa dentro da bancada, formada pela coligação entre PT e PCdoB, era de que Barba conquistaria 12 dos 19 votos.
Já Ênio é apoiado por parlamentares alinhados ao seu irmão, Jilmar Tatto, secretário de Comunicação do diretório nacional do PT. Tatto contrariou os interesses de Lula no fim do ano passado, quando buscou aproximação com o prefeito Ricardo Nunes (MDB). O presidente já tem um acordo com o Psol para apoiar a candidatura do deputado federal Guilherme Boulos à Prefeitura da capital paulista em 2024.
Segundo petistas ouvidos pela reportagem, o interesse de Emídio na 1ª Secretaria pode surtir dois efeitos distintos: aglutinar todos os votos, por se tratar de um deputado considerado conciliador e muito ligado a Lula, ou não alterar em nada o cenário de uma disputa que já está polarizada. A maioria dos petistas descarta que Lula interfira na disputa.
No ano passado, Emídio era um dos cotados para assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República, após a vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro. O cargo, contudo, ficou com Márcio Macêdo, que foi tesoureiro da campanha do petista.
Na terça-feira (14/2), a bancada do PT se reuniu com o deputado André do Prado (PL), afilhado político de Valdemar Costa Neto e candidato apoiado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a presidência da Alesp no dia 15 de março.
O partido pretende apoiar a candidatura de Prado em troca de votos da maior bancada da Alesp pela 1ª Secretaria, mantendo a tradição de distribuição de cargos de acordo com o tamanho das bancadas.
Na conversa com Prado, o PT pleiteou ainda a presidência de uma das duas principais comissões permanentes da Casa: a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ou a Comissão de Finanças e Orçamento. Atualmente, o partido preside as comissões de Educação e Cultura, Direitos da Pessoa Humana, Infraestrutura e Relações Internacionais.
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