Unidades de Campo Grande (2), Chapadão do Sul, Anaurilândia, Sidrolândia e Três Lagoas receberão R$ 8 mil pelos projetos _ Fotos: Assessoria
Adersino Junior
Seis escolas da REE/MS (Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul) foram vencedoras do Prêmio Escolar Coopera Cerrado, realizado pelo IABS (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade), responsável pelo Projeto Agricultura de Baixo Carbono e Desmatamento Evitado para Reduzir a Pobreza no Brasil Fase II – Desenvolvimento Rural Sustentável no Cerrado, ou apenas Projeto Rural Sustentável – Cerrado.
O PRS – Cerrado divulgou o resultado das escolas premiadas nas ações de popularização no ano de 2022. Para concorrer ao Prêmio Escolar Coopera Cerrado, as instituições de ensino tiveram que aderir à Jornada de Aprendizagem completa (6 etapas pedagógicas) e participar do Jogo Coopera Cerrado, realizando missões e os desafios propostos.
Seis escolas da REE atingiram o patamar de premiação Super, com o valor de R$ 8 mil, obtendo pontuação acima de 450 pontos. Em 2º lugar ficou o time Bem-te-vi, da EE Maria de Lourdes de Toledo Areias, de Campo Grande, com 2.160 pontos. Na 4ª colocação ficou time Anta, da EER Afonso Francisco Xavier Trannin, de Três Lagoas, com 1390 pontos. O time Baru, da EE Jorge Amado, de Chapadão do Sul, obteve 905 pontos, na 9ª posição.
Já a 11ª posição foi da equipe Araça, da EER Paulo Eduardo de Souza Firmo, do Assentamento Eldorado, em Sidrolândia, com 580 pontos. Na 12ª colocação ficou o time Capivara, da EE Professor Ezequiel Balbino, de Anaurilândia, com 580 pontos. E a equipe Gavião terminou na 13ª colocação, representando a EE Sebastião Santana de Oliveira, de Campo Grande, com 500 pontos.
Time Bem-te-vi
A EE Professora Maria de Lourdes Toledo Areias adotou o nome do seu time como Bem-te-vi, ficando na segunda colocação no Jogo Coopera Cerrado. O projeto foi direcionado tanto ao Ensino Fundamental como ao Ensino Médio, composto por seis etapas para conclusão da jornada de aprendizagem, intercaladas à realização de missões, desafios, interações, teias e debates (cine partilha), sob coordenação da facilitadora Marjolly e a educomunicadora Mariane.
Na primeira etapa, o time aprendeu sobre os tipos de solo e o preparo para usá-lo na horta agrofloresta e horta vertical da unidade escolar. Na segunda, o ensinamento foi sobre o que são sementes, seus tipos e como quebrar sua dormência. Foi realizada uma campanha de coleta de sementes e produziram mandalas usando as sementes recebidas.
A terceira etapa foi sobre resíduos, onde os estudantes compreenderam a importância da separação adequada e reciclagem. Viram também sobre a compostagem e fizeram a própria composteira com restos de alimentos da escola e trazidos de casa pelos estudantes.
Durante a quarta etapa, foi analisado o aparecimento de características desfavoráveis nas plantas, como folhas secas e murchas e diagnostiram seu problema exemplo: falta de cálcio, ferro ou água.
Na quinta etapa, ocorreu o Dia de Campo na Chácara Catavento. Nesse dia, os estudantes puderam observar uma propriedade rural sustentável e acompanhar a explicação do proprietário sobre as atividades realizadas, o processo de recomposição de áreas degradadas e desenvolvimento de microrganismos eficientes.
Além dessas etapas, foram realizadas diversas oficinas, entre elas a de customização de roupas e a de PANCs (Plantas alimentícias não convencionais), apresentada pela jornalista especialista no assunto, Márcia Chiad, que repassou informações sobre vários tipos de plantas alimentícias não convencionais, o que ajudou no cumprimento da Missão “Horta vertical de PANCs”.
O time Bem-te-vi contou com a colaboração de outras pessoas da comunidade e professores, ocorrendo, assim, oficinas de confecção de joias sustentáveis, brinquedos com material reciclável e Tie Dye (termo inglês usado para estampa), sempre com foco no reaproveitamento e sustentabilidade.
Outro destaque foi “Organização da Caixa Agrícola”, com a seleção de materiais e envio e recebimento para outra escola participante do projeto para que ela soubesse como estava sendo a experiência, realizando, assim, a troca de materiais, compartilhamento de saberes.
Ápice do projeto PRS Cerrado foi o planejamento e a execução de um desafio com o propósito de resolver algum problema ambiental da região. Foi realizada campanha, com o apoio de Corpo de Bombeiros, para sensibilização contra as queimadas em terrenos baldios próximos à escola e ampliação do recolhimento de resíduos recicláveis nos bags da escola.
Outro aspecto a ressaltar é que ocorreram interações com várias escolas, a partir do envio e recebimento de produtos, cartas, desenhos, panfletos, fotos e outros materiais associados ao projeto, como forma de cooperação e socialização entre estudantes e professores.
Time Araça
O time Araça, da EE Paulo Eduardo de Souza Firmo, contou com o apoio e gerência da facilitadora Edinéia Lazarotto Formagini e do educomunicador Sergio Montier Onça.
A escola formou uma equipe de 7 professores (da área das Ciências da Natureza e Itinerário Formativo Técnico Profissional) e cerca de 30 estudantes do Ensino Médio, pertencentes aos períodos matutino, vespertino e noturno da Escola Polo.
“O projeto consiste em possibilitar ações práticas e reflexivas na escola, que despertem o interesse e o compromisso social pela preservação do Bioma de Cerrado”, menciona professora de Práticas Inovadoras Tania Aparecida de Paula Servim, coordenadora do projeto.
Para tanto, a equipe participou de diversas atividades da competição Coopera Cerrado. As escolas precisavam interagir entre si para ganharem pontuações e cumprir desafios que envolviam as experiências adquiridas por meio das visitações e dinâmicas realizadas pelos facilitadores.
Dentre essas atividades, destacam-se os passeios no entorno da escola com a finalidade de conhecer a mata nativa do bioma, a constituição de banco de sementes, o dia de campo, os festivais de trocas de experiências, a participação na Feira de Sementes do Município de Sidrolândia, sediada pela Escola do Campo de Tempo Integral Leonida La Rosa Balbuena, além de várias oficinas sustentáveis, como a de reciclagem, compostagem e oficina de brinquedos realizada pelos estudantes do PRS aos estudantes da EM Eldorado.
A escola receberá uma premiação no valor de R$ 8.000,00 que será convertida em forma de projeto permanente para que as experiências possam ser multiplicadas e corroborem para uma ampliação das práticas sustentáveis na comunidade local.
O PRS – Cerrado
O projeto é financiado pela Cooperação Técnica BR-T1409 aprovada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), com recursos oriundos do Financiamento Internacional do Clima do Governo do Reino Unido, tendo o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) como beneficiário institucional. O IABS (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade) é o responsável pela execução e administração técnica, financeira e fiduciária do projeto (Convênio BID – IABS ATN/LC-1708-BR). A Embrapa é a responsável pela coordenação científica e a Associação Rede ILPF pelo apoio técnico.
Com um arranjo institucional inovador, que envolve as instituições idealizadoras, beneficiários, executores e apoio científico, o projeto é resultado de parcerias. Tal arranjo mostra a importância do apoio e financiamento à agricultura com tecnologias de baixa emissão de carbono, aliado a uma assistência técnica efetiva a centenas de produtores e produtoras rurais e organizações locais, a fim de fortalecer a comercialização de suas produções agropecuárias.
Vídeos com mais informações sobre o projeto do time Bem-te-vi podem ser vistos por meio dos QR Codes abaixo: