O vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, disse que o país analisa as iniciativas de paz formuladas pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de acordo com a agência de notícias Tass.
Ainda foi pontuado que Moscou “aprecia a posição equilibrada do Brasil“, citando a recusa de Lula de enviar munições para o conflito.
Em entrevista exclusiva à CNN no dia 16 de fevereiro, o chefe de Estado brasileiro avaliou a invasão como “erro histórico” da Rússia, mas ponderou que não enviará munições para a Ucrânia, pois isso significaria que estaria entrando no conflito armado.
Isso ocorre no mesmo momento em que a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um pedido de cessar-fogo.
Neste documento, há um trecho inserido pela diplomacia brasileira que fala, além da trégua, de negociações diplomáticas mediadas por países do Ocidente e do Leste Europeu visando encontrar um caminho para o fim definitivo da guerra.
Este também é um dos poucos movimentos que o governo russo fez em direção a uma conversa diplomática e propostas de paz.
Anteriormente, o Kremlin ressaltava que não negociaria sob pressão e que não tinha outros parceiros independentes com quem pudesse fazer essa ponderação.
Para o encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia, em entrevista exclusiva à CNN, a posição brasileira na ONU ajuda para o fim da guerra.
Anatoliy Tkach pede que o país ajude a implementar um plano de paz com dez pontos para pôr fim a guerra, apresentado em novembro do ano passado, pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante seu discurso virtual aos líderes do G20, em Bali, na Indonésia.
“Tomando em consideração essa posição do Brasil, gostaríamos de contar com sua ajuda para implementação da fórmula da paz”, disse.
O Brasil não aplicou sanções aos russos e Lula diz que não participará do conflito, mesmo que indiretamente. A posição agrada ao Kremlin.
“Nós altamente apreciamos o fato que a República Federativa do Brasil não quer aplicar as sanções ilegítimas invetadas pelos Estados Unidos aos seus parceiros no Ocidente contra nosso país. E a recusa de oferecer material bélico para o regime fantoche de Kiev”, expôs Alexey Labetsky, embaixador da Rússia no Brasil, em entrevista à CNN.
(*Publicado por Douglas Porto)
Este conteúdo foi originalmente publicado em Mais de oito milhões de pessoas deixaram a Ucrânia desde o início da guerra no site CNN Brasil.