A sintonia restrita costuma agir alimentando de informações os encarregados de praticar crimes. Seus integrantes têm total liberdade para rodar o Brasil coletando informações. Os criminosos fazem levantamentos de endereços de autoridades juradas de morte, vigilância de campo dos alvos, mapeiam os veículos usados pelas vítimas e os lugares mais frequentados, roteirizando a rotina das pessoas marcadas para morrer.
A sintonia restrita tem, ainda, papel fundamental para produzir conhecimento que proteja a fortuna faturada com o tráfico de drogas, a lavagem de capitais e o armazenamento de grandes quantias em dinheiro. Os valores costumam ser armazenados em imóveis preparados para esta finalidade, imóveis que contam com cofres em forma de compartimentos secretos onde o dinheiro é mantido escondido.
Periodicamente, os valores são entregues a “doleiros”, faccionados incumbidos de recepcionar o montante e guardá-lo para a organização criminosa. Para a entrega aos doleiros, os transportadores usam veículos preparados para a entrega, nos quais também há compartimentos secretos para a ocultação do dinheiro transportado.
O relatório narra que, para assegurar o bom andamento dos crimes praticados, outros integrantes do PCC desenvolveram uma sofisticada rede de comunicação, com grande compartimentação das informações e limitação do número de interlocutores. Tal sistema restrito e compartimentado de comunicação pode ser identificado como uma “rede fechada”, onde participam poucos criminosos.
Para a correta existência da rede fechada, periodicamente diversos celulares eram adquiridos pela facção e distribuídos entre seus integrantes. Uma pessoa específica tinha a atribuição de comprar os celulares e, também, de configurá-los, inserindo aplicativos de conversas por mensagens, inserindo os contatos que utilizariam as linhas e distribuindo os telefones aos seus destinatários.
A pessoa com a função de preparar os aparelhos se assegurava que em cada rede fechada somente haveria os contatos dos participantes daquela rede, sem que houvesse risco de que terceiros interagissem dentro da rede fechada. Os aplicativos de conversa utilizados eram os mais diversos, desde conhecidos como WhatsApp, até aplicativos não utilizados pelo público em geral como Surespot. Vários outros aplicativos eram instalados nos aparelhos e usados pelos representados.
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