A advogada, que agora faz sucesso na TV e estreia em março no "Saia Justa", do GNT, conta que demorou anos para falar sobre a violência e que ainda está no processo de "fazer as pazes" com o trauma que sofreu.
"Ele era mais velho que eu, e tocava minhas partes íntimas. Não contei para ninguém na época, achava que era uma brincadeira. Só comecei a ver que havia um problema quando percebi que essa era uma memória que me causava muito incômodo", relatou Prioli.
Sentimento de culpa ainda ronda a apresentadora. "É como se você tivesse menos valor. Pois você não entende direito o que aconteceu e em alguma medida pensa que, por não ter contado para ninguém, ou resistido com firmeza, a culpa é sua. Mas não é, você era uma criança. É um assunto que eu ainda trabalho em terapia e tem que trabalhar mesmo. Estou fazendo as pazes com as minhas dores", detalha.
Prioli ainda contou ter vivido relacionamentos tóxicos antes de conhecer o marido, Thiago Mansur, com quem está há sete anos. Ela relata que se sentia diminuída por antigos parceiros, que a agrediam psicologicamente durante discussões.
"Ao final da faculdade, tive um parceiro muito inseguro, que se ressentia das minhas conquistas, me diminuía. O problema não foram as ofensas, mas eu ter acreditado nelas, sabe? Quando ele me rotulou de uma maneira pejorativa e eu introjetei isso, foi o meu 'ladeira abaixo'. (...) Nunca fui agredida fisicamente, mas psicologicamente. Vivia tensão e medo permanentes", diz.
A apresentadora não poupa elogios à relação que vive com o marido, um DJ bem-sucedido na música eletrônica. Os dois são pais de Ava, que nasceu em 22 de dezembro.
Ela conta que Thiago a ajudou a enfrentar o "baby blues", momento de depressão comum durante as quedas hormonais no puerpério, e que atingiram a advogada nas duas primeiras semanas após o nascimento da filha.
"Era um abismo. Me vi completamente desamparada, vivendo uma coisa muito mais profunda e sofrida do que havia imaginado. Postei algumas fotos amamentando, aos prantos. Sentia uma dor que não consigo descrever e culpa o tempo inteiro, porque Ava era perfeita, saudável, tudo estava bem. Pensei que havia enlouquecido", detalhou ela ao jornal carioca.
Destacando a importância da rede de apoio formada pelo companheiro e outras pessoas próximas, Prioli contou do primeiro momento em que foi acalmada pelo marido, ainda na maternidade em que deu à luz.
"Fiquei insegura. Estava me achando horrível, e não sabia se voltaria a ser quem era, a mulher que conhecia. Eu disse: 'Preciso que você me olhe, porque tenho medo de não voltar a ser a mulher que você conheceu, fisicamente falando'. Ele falou: 'Amor, sua barriga é linda. Posso beijá-la? Foi por onde você trouxe a nossa filha, e sou muito grato por isso'', lembrou ela.