Não estamos falando de frutas ou verduras, mas sim de conteúdo adulto. Retiradas dos sites originais, fotos de famosos (e anônimos também) vêm sendo comercializados no mercado paralelo a preços irrisórios, negociados geralmente por Twitter e com pagamento via pix.
O negócio funciona de maneira até certo ponto bastante óbvia. Uma pessoa adquire o pacote (ou pack, o termo que se popularizou) e o revende por um preço bem abaixo do cobrado oficialmente. O lucro vem na quantidade. O perfil do conteúdo +18 do ator Thomaz Costa na plataforma Privacy, por exemplo, custa R$ 89,90 por mês. Perfis no Twitter oferecem os cliques por R$ 10. Thomaz, 22, ficou conhecido por atuar na novela Carrossel e é ex-namorado da atriz Larissa Manoela.
MC Mirella também se deparou com seu conteúdo sendo revendido ilegalmente nas redes sociais. A funkeira possui uma conta no OnlyFans e cobra US$ 42,75 dólares (cerca de R$ 222) por um pacote de três meses.
No mercado paralelo, as imagens, depois de passarem por uma "curadoria" e seleção criteriosa -mais explícitas, ou que entrem na seara dos fetiches mais específicos-, podem ser adquiridas por R$ 13, num "pack" que inclui cinco fotos e cinco vídeos, como no caso de Mirella.
Há casos e casos, mas subcelebridades, como Tiago Ramos, rapaz que se apresenta como "o ex-namorado da mãe de Neymar" e artistas que estão longe do auge da carreira como Geisy Arruda, Isadora Ribeiro e as ex-BBBs Maria e Natalia Casassola são maioria no universo das fotos eróticas nas plataformas. E há Anitta.
A cantora usa sua conta para divulgar trabalhos (o que irrita os assinantes) mas, de vez em quando, faz suas graças por lá, como no dia em que divulgou fotos do momento em que teve tatuada uma parte recôndita de sua anatomia. Viralizou.
Procurado pela Folha de S.Paulo, o Privacy diz se manter atento a qualquer forma de venda ilegal de seus conteúdos. "Trabalhamos com uma equipe jurídica e de risco altamente capacitada e dedicada à prevenção de vazamento de dado. Sabemos que a liberdade só é possível quando as pessoas estão em um ambiente seguro", afirma a empresa, em nota.
Já o Only Fans, plataforma com sede em Londres, enviou como esclarecimento à Folha de S.Paulo um link com detalhes de sua política de privacidade. Na seção, é descrito que a marca possui um canal destinado ao relato de problemas de direitos autorais e que verifica "regularmente a internet para identificar sites e serviços que hospedam grandes quantidades de conteúdo roubado dos criadores do OnlyFans".