Apesar da derrota no último domingo para o Vasco, por 1 a 0, o Flamengo lidera com 23 pontos, um na frente do Fluminense, que tem 22. Poderia ter antecipado o título, mas tem nova chance de acabar com a maré negativa porque entra em campo com a vantagem do empate. Enquanto isso, o rival precisa, obrigatoriamente, vencer para ser campeão. Mas chega ao jogo final animado pela sequência de quatro vitórias seguidas: Bangu, por 5 a 0, Portuguesa, por 3 a 0, Vasco, por 2 a 0, e Audax, por 3 a 0.
O Flamengo tenta achar uma saída para sua crise, que antes tinha como alvo principal o técnico português Vítor Pereira. Depois passou pela diretoria e agora está em cima dos jogadores. Em dois meses, o clube perdeu a disputa de três títulos.
Foi vice na Supercopa do Brasil, vencida pelo Palmeiras, por 4 a 3, em Brasília, e teve um mau desempenho no Mundial de Clubes em Marrocos, no qual foi eliminado nas semifinais diante do Al-Hilal, da Arábia Saudita. Depois, ainda perdeu a Recopa Sul-Americana para o Independiente del Valle. No segundo jogo, com o Maracanã lotado (mais de 71 mil torcedores), o Flamengo devolveu o placar de 1 a 0, mas perdeu nos pênaltis, por 5 a 4. O único respiro agora é o Campeonato Carioca.
PRESSÃO
Na véspera deste jogo, um grupo de aproximadamente 30 torcedores esteve na entrada do Centro de Treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu, para cobrar os jogadores. A segurança foi reforçada e contou também com a presença de policiais. Léo Pereira e David Luiz chegaram a abaixar os vidros para falar com os protestantes, enquanto Gabigol, principal alvo dos xingamentos, passou direto e rápido.
A Gávea também foi alvo de manifestação. Uma faixa com a inscrição "não somos fãs de canalhas" foi estendida em frente à sede do Flamengo. O Batalhão Especial de Policiamento nos Estádios (BEPE) comunicou que as torcidas organizadas envolvidas em confusões estão proibidas de irem ao Maracanã por três meses, incluindo a Raça Rubro-Negra, do Flamengo.
Para escalar o time, Vítor Pereira tem problemas. O centroavante Pedro, com dores na coxa, não deve reunir condições de jogo. Thiago Maia, com entorse no tornozelo, e David Luiz, com trauma no joelho, estão vetados. Assim, o time deve contar com um trio defensivo com Fabrício Bruno, Rodrigo Caio e Léo Pereira, com os laterais - Varela e Ayrton Lucas - atuando como alas, com mais liberdade.
Vítor Pereira reforçou novamente que o empenho dos jogadores está no nível mais alto e que as coisas tendem a se encaixar. "O que podemos controlar é o trabalho e os gols devem aparecer. Mais dia ou menos dia, as coisas vão surgir. Temos no próximo jogo a oportunidade de ganhar uma taça e vamos olhar o adversário nos olhos. Ninguém pode controlar os resultados. Só podemos controlar o nosso compromisso com o jogo, com o trabalho, com o dia a dia, com a intensidade", explicou.
EM ALTA
Em excelente fase, contrastando muito bem com o rival, o técnico Fernando Diniz não tem motivos para mudar a escalação titular do Fluminense. Uma novidade entre os relacionados deve ser o meia Lima, que não viajou para o jogo contra o Bangu para ver o nascimento de Benício, seu segundo filho.
Diniz elogiou muito a atuação do Fluminense, mas alertou que o clássico ficou ainda mais difícil por conta da pressão adversária. "A última partida foi a melhor do Fluminense na temporada, fruto de muito trabalho, respeito e humildade com o Bangu. Agora temos um outro jogo complicado, um clássico. Independente de como está a situação do outro lado, não podemos esperar facilidade, pelo contrário, será ainda mais difícil", alertou.
O volante André, alçado a um novo patamar por sua recente convocação à seleção brasileira, também participou de entrevistas e foi enfático. "Pelo momento, o Fluminense é favorito."