O requerimento para formação da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas foi protocolado nesta terça-feira, 7, na Câmara dos Deputados. Foram recolhidas 203 assinaturas de deputados e senadores que prometem fazer frente aos interesses dos povos originários, que conquistaram cinco representantes na Câmara. A frente está sendo coordenada pela deputada federal Célia Xakriabá (PSOL), que tem o apoio do Ministério dos Povos Indígenas, secretarias ligadas ao governo e associações, como a Associação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). “Aqueles que não escutarem o chamado da bancada do cocar, aqueles e aquelas que não escutarem o chamado da terra, não vão escutar o chamado de mais ninguém”, declarou Célia durante a protocolação do requerimento. Para ser oficializada, a frente parlamentar ainda precisa do despacho do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas). A bancada do cocar, como tem sido chamada, promete fazer o enfrentamento a pautas que dividem opiniões no Congresso Nacional, como o licenciamento ambiental e o marco temporal, que trata sobre a demarcação de terras indígenas.
Em entrevista à Jovem Pan News, a deputada federal Silvia Waiãpi (PL), que é indígena, alegou ter sido excluída da bancada: “Não fui convidada, até porque o que fazem no parlamento não é a integração de indígenas que vão lutar por direitos de indígenas no momento em que eu fui segregada, no momento em que eu fui excluída por uma frente parlamentar que diz lutar por povos indígenas mas que segregou e isolou uma indígena só porque ela não concorda com o viés político”. O integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária e ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (Novo), rebateu as críticas que foram feitas à bancada ruralista durante o evento: “É evidente que a bancada do agronegócio, a FPA, ela não é a bancada do boi e da bala. Isso é ridículo. A bancada do agronegócio é aquela representa a maior quantidade de emprego gerado no Brasil, desenvolvimento, impostos, renda e que sustentou o Brasil inclusive na pandemia, quando todos os setores estavam fechados. A agropecuária continuou trabalhando, levando comida à casa dos brasileiros e gerando impostos. Ou seja, é um absurdo fazer esse tipo de colocação”.
*Com informações da repórter Berenice Leite