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Especialista aponta desafios ao enfrentamento da violĂȘncia polĂ­tica contra mulheres

Por Midia NAS em 04/10/2022 às 19:16:48
PolĂ­tica - geral - mulheres da polĂ­tica - Mulheres de partidos polĂ­ticos durante manifestação - cota de 30% no legislativoManifestação de mulheres pela cota de 30% no Legislativo

Ao todo, 91 deputadas federais tomarão posse em fevereiro de 2023 na Câmara dos Deputados. O crescimento é de 18% em relação às 77 deputadas eleitas em 2018. Também houve avanços em vĂĄrios estados, onde mulheres foram as mais votadas dentre todos os candidatos, como no Rio de Janeiro, Distrito Federal, GoiĂĄs, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Sergipe, Maranhão, ParĂĄ e Acre.

Apesar do aumento da bancada, a sub-representação feminina ainda estĂĄ longe de ser superada: as mulheres correspondem a 51% da população brasileira, mas terão a representatividade na Câmara ampliada dos atuais 15% para apenas 17,7% do total de 513 deputados, a partir de 2023. A quantidade de deputadas eleitas ficou abaixo da expectativa diante do recorde candidaturas femininas na eleição deste ano: eram 3.429 mulheres na disputa, equivalentes a 35% do total de candidatos a uma vaga na Câmara.

Uma das coordenadoras do Observatório Nacional da Mulher na PolĂ­tica (ONMP), Ana ClĂĄudia Oliveira avalia que o avanço da presença feminina nos cargos pĂșblicos segue o ritmo de gradual superação de desafios. Ela elogia recentes alterações legislativas, como a Emenda Constitucional 111, que garantiu recursos dos Fundos PartidĂĄrio e Eleitoral para incentivar a candidatura de mulheres. "HĂĄ mais segurança jurĂ­dica porque antes as regras estavam só na jurisprudĂȘncia de ações afirmativas, mas agora estão na legislação", avalia.

Por outro lado, Ana ClĂĄudia cita a fiscalização do cumprimento das leis como desafio ainda não superado. "Fiscalizar se os partidos estão, de fato, cumprindo a destinação de recursos ou estão se utilizando de artimanhas para não direcionarem esses recursos para as mulheres", destacou.

ViolĂȘncia polĂ­tica
A eleição deste ano foi a primeira desde o inĂ­cio da vigĂȘncia da Lei 14.192/21, que previne e combate a violĂȘncia polĂ­tica contra a mulher em disputas eleitorais e no exercĂ­cio de direitos polĂ­ticos e funções pĂșblicas.

O Observatório Nacional da Mulher na PolĂ­tica avalia que essa proteção é fundamental diante do histórico de agressões enfrentadas desde os tempos das sufragistas, no século 19, até a violĂȘncia moderna disseminada por meio de conteĂșdos falsos e discriminatórios nas redes sociais. Como essa violĂȘncia só aumenta diante da maior presença feminina na polĂ­tica, Ana ClĂĄudia Oliveira considera fundamental unificar os canais de denĂșncia.

"A Secretaria da Mulher da Câmara, por meio da Procuradoria da Mulher e da coordenação da bancada feminina, acionou o TSE e o Ministério PĂșblico. Após esse contato, houve uma parceria para tentar fazer essa unificação no futuro. O Observatório Nacional da Mulher na PolĂ­tica estĂĄ agora com um projeto piloto que vai tentar compilar as denĂșncias que estão chegando nos diferentes órgãos – TSE, Ministério PĂșblico, CNJ, delegacias e Disque 180", afirmou.

Segundo Ana ClĂĄudia, os dados unificados no projeto piloto serão instrumento de pesquisa e de elaboração de polĂ­ticas pĂșblicas. Recentemente, o observatório, vinculado à Secretaria da Mulher da Câmara, divulgou estudo sobre o tema "Mulheres em posição de poder nos Parlamentos do Brasil", com anĂĄlise extensiva à situação das bancadas femininas nas assembleias legislativas.

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