A Energisa mobilizou 22 equipes para retirar fios de ligações clandestinas de energia na Avenida Osvaldo Aranha, em Campo Grande, nesta segunda-feira (13). Cerca de 100 casas localizadas em área invadida amanheceram sem energia elétrica.
Em conversa com o Jornal Midiamax, representante da empresa, que preferiu não se identificar, explicou que o trabalho está sendo realizado porque existem muitas ligações clandestinas à rede elétrica, o que sobrecarrega o abastecimento e queima eletrodomésticos. Além disso, famílias que tiveram a energia cortada não apresentaram a documentação do imóvel.
Em contrapartida, moradores alegam que foram pegos de surpresa nesta manhã. Paulo Sérgio, de 59 anos, é representante do bairro Jardim Monumento. Ele disse à equipe de reportagem que muitas pessoas vão perder a geladeira, enquanto muitas famílias com crianças acamadas serão prejudicadas.
"A gente está esperando a prefeitura para medir os terrenos. A gente teve reunião com a prefeitura e com a Emha [Agência Municipal de Habitação] em agosto do ano passado e entramos com pedido da promotoria do Ministério Público para não cortar a energia", disse.
Cerca de 500 pessoas moram na área e todas foram surpreendidas com o corte de energia. Outra representante do bairro, Blenda Leoni, de 43 anos, explica que os moradores estão em uma área ambiental e precisa do laudo do Ibama para ter a documentação das casas.
Situação teria sido conversada com prefeitura, que vai medir os terrenos após o laudo. "A gente quer regularizar nossa situação para pagar a conta de energia certinho, mas queremos ficar aqui", ressalta.
Um frentista de 32 anos disse ao Midiamax que não recebeu notificação da Energisa e disse que tenta regularizar a situação. "Eu acho que tinham que dar um tempo para comprarmos o padrão e conseguir os documentos".
Enquanto isso, vizinhos da região que estão com a situação regularizada reclamam dos "gatos" porque pagam a energia que está sendo consumida por outras pessoas também. Segundo aposentado de 78 anos, ele paga a conta normal e é a terceira vez que a área é invadida.
Ele mora na região há 30 anos e a última ocupação ocorreu há cerca de 10. "Antes eram barracos, agora são casas de alvenaria. As pessoas fazem os gatos [ligação clandestina] em plena luz do dia", diz.
Outro morador, de 44 anos, contou que sua casa fica em meio às residências irregulares. Ele disse que comprou o padrão por conta própria. Morador há nove anos, sua energia não foi cortada porque paga a conta de energia normalmente. Além disso, confirmou que a prefeitura foi até o local para medir terrenos e colocar numeração anteriormente.