Desde 2020, quando Alberto Fernández e sua vice-presidente Cristina Kirchner assumiram a Casa Rosada, o governo tentou promover uma queda forçada nos juros. As taxas, que estavam acima de 80% no final de 2019, caíram para abaixo dos 40% até o ano passado.
No entanto, um repique inflacionário obrigou Fernández a mudar os rumos. O presidente kirchnerista tentou segurar a taxa de juros no patamar de 75% desde setembro de 2022, mas o avanço da inflação, a despeito dos juros elevadíssimos, fez o Banco Central argentino seguir o aperto monetário.
Embora a hiperinflação seja um mal histórico na Argentina, uma geração inteira que nunca havia convivido com reajustes de preços tão elevados como os de aagora. Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina (Indec), a inflação acumulou alta de 102% entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2023.
Foi o maior índice inflacionário desde setembro de 1991. Somente no mês passado, o reajuste de preços foi de 6%. Para se ter ideia, a inflação brasileira acumulada ao longo de todo 2022 foi de pouco mais de 5%, e já foi suficiente para os consumidores sentirem o baque no bolso.
No país vizinho, os índices de preços estão sendo pressionados pelos alimentos. A carne bovina, um item tradicionalmente consumido pelas famílias, subiu 10% só no mês passado. Com isso, a população argentina tem feito mudanças nos hábitos de consumo, para sobreviver ao choque de preços atual.
Segundo dados do Indec, a pobreza atinge cerca de 40% da população da Argentina, e mais de um quarto dos lares vive abaixo da linha da pobreza.
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