Os dois principais partidos de direita no estado, o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro e o Republicanos do governador Tarcísio de Freitas, ganharam atenção especial nas articulações feitas pelo prefeito, que tenta aglutinar uma ampla aliança que incluiria legendas mais de centro, como PSDB, União, PP e PSC.
No PL, o maior obstáculo de Nunes hoje é o deputado federal Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, que articula com a ala bolsonarista do partido sua candidatura a prefeito de São Paulo em 2024. Em entrevista ao Metrópoles, Salles disse que recebeu do presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, a “oportunidade” de “viabilizar sua candidatura”.
Já o Republicanos, que ainda não tem nome próprio mas disputou a última eleição com o deputado federal Celso Russomanno, já fez chegar a Nunes o nome da deputada federal Maria Rosas, parlamentar reeleita que defende bandeiras da educação e dos direitos da mulher.
Rosas é uma parlamentar com perfil tido como moderado por aliados de Nunes e que demonstra similaridades com o perfil de Tarcísio. Ela repudiou a tentativa de golpe de janeiro e é vista como uma conservadora distante do bolsonarismo. O nome não sofre nenhuma interdição por parte da equipe de Nunes.
O prefeito deve ter um encontro com o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, no início desta semana, para tratar entre outros temas da costura da chapa.
Nunes tem, porém, que lidar com as demandas dos demais partidos. O União, do presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, também deve fazer pressões para ter a indicação do vice. Leite se sente como padrinho de Nunes e atribui a ele a própria indicação do prefeito para o cargo de vice em 2018, quando ele concorreu na chapa de Bruno Covas, morto em maio de 2021, em uma aliança feita entre o partido, o PSDB e o União, e na avaliação da legenda o prefeito teria essa dívida a ser paga.
Já o PSDB também pleiteia o cargo com base em um argumento “emocional”: a legenda era a agremiação de Covas e espera que Nunes devolva à sigla, que ainda tem oito vereadores na Câmara Municipal, o protagonismo de constar na disputa pelo Executivo.
A equipe de Nunes, porém, já faz cálculos eleitorais sobre como seria a campanha caso os dois partidos não sejam atraídos para sua chapa.
Mantida a aliança apenas entre MDB, PSDB, União, PP e PSC, o prefeito calcula que já teria tempo de TV suficiente para apresentar sua gestão, reverter a imagem negativa que vem acumulando e chegar de forma competitiva ao segundo turno.
Mesmo assim, o prefeito tentará não abrir mão de PL e Republicanos, o que coloca as duas siglas na preferência pela indicação.
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