Os exercícios acontecem um dia depois que a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, voltou de uma visita de 10 dias à América Central e aos Estados Unidos, onde se encontrou com o presidente da Câmara dos EUA, Kevin McCarthy.
Pequim alertou repetidamente contra a viagem e já havia ameaçado tomar “medidas fortes e resolutas” se fosse adiante. As autoridades de Taiwan esperavam uma reação menos severa ao encontro de Tsai com McCarthy, porque ocorreu em solo americano.
A China reivindica a democracia autônoma de Taiwan como parte de seu território, apesar de nunca tê-la governado, e passou décadas tentando isolá-la diplomaticamente. O país asiático não descartou o uso da força para colocar a ilha sob seu controle.
O Ministério da Defesa de Taiwan ressaltou que está monitorando de perto a situação e fará todos os esforços para defender a segurança e a soberania nacional.
“Nos últimos anos, o Partido Comunista Chinês continuou a enviar aeronaves e navios para a área, o que ameaçou a situação regional. Até usou a visita e o trânsito do presidente Tsai aos Estados Unidos como desculpa para conduzir exercícios militares, o que prejudicou seriamente a paz, a estabilidade e a segurança regionais”, afirmou o Ministério da Defesa de Taiwan.
A pasta acrescentou que responderia com uma atitude calma, racional e séria, e não procuraria escalar o conflito.
A China reagiu de maneira semelhante quando a então presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, visitou Taiwan, em agosto de 2022, lançando uma série de exercícios militares que cercaram a ilha e dispararam mísseis sobre ela.
Esses exercícios foram a primeira vez que a China disparou mísseis sobre a ilha, e muitos especialistas entenderam a ação como uma grande escalada da intimidação militar.
Alguns desses mísseis também caíram na Zona Econômica Exclusiva do Japão, perto das ilhas japonesas ao norte de Taiwan, um movimento que aumentou as tensões entre Pequim e Tóquio.
Os exercícios de agosto também envolveram dezenas de aviões de guerra chineses cruzando a zona de identificação de defesa aérea de Taiwan, bem como navios de guerra da PLA Navy em manobras nas águas ao redor de Taiwan.
Pequim disse na época que estava simulando um “bloqueio” aéreo e marítimo da ilha, mas ofereceu poucas evidências sólidas para apoiar a afirmação.
Este conteúdo foi originalmente publicado em China inicia exercícios militares após viagem da presidente de Taiwan aos EUA no site CNN Brasil.