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Entregadores de app trabalham de 13h a 17h por semana, diz pesquisa


O levantamento realizado pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) é o primeiro a acessar dados de grandes plataformas do setor, o que inclui 99, iFood, Uber e Zé Delivery. O estudo também conta com entrevistas de mais de 3 mil trabalhadores a fim de traçar o cenário atual.

A pesquisa da associação aponta, ainda, que a jornada de trabalho pode variar a depender do mês e do tempo de ociosidade entre as entregas ou corridas. Além disso, as estratégias de engajamento variam entre os trabalhadores, o que impacta na quantidade de horas computada.

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“Muitos entregadores e motoristas têm outra atividade e utilizam o aplicativo como complemento de renda, ou não têm o aplicativo como fonte principal de renda”, afirma André Porto, diretor-executivo da Amobitec. “O trabalhador adequa o trabalho em plataforma à própria vida, e não adequa a vida ao trabalho. Há uma inversão de ordem”, explica.

Parte deles divide a atuação nos aplicativos com outras atividades remuneradas, como empregos com carteira assinada. Ainda assim, em ambos os grupos, são maioria os trabalhadores que têm as plataformas como única fonte de renda. Entre os entregadores a fatia representa 52% e, entre os motoristas, 63%.

Maior rentabilidade

A entregadora Tainá Moreira (foto em destaque), 25 anos, trabalha com entregas na região do Plano Piloto, em Brasília (DF), e alia diversas plataformas na rotina. “Antes, eu trabalhava 8h, de segunda a sábado. Hoje, eu trabalho, em média, 10h por dia”, conta. “Escolho o aplicativo que está pagando melhor no dia, e vou rodando ali”.

A jovem atua há três anos no ramo, desde que deixou um emprego de auxiliar administrativa para se dedicar às entregas. De acordo com a pesquisa, cerca de 22% dos entregadores também abandonaram alguma atividade para se dedicar exclusivamente aos apps.

Para Tainá, trabalhar nos aplicativos traz a possibilidade de fazer o próprio horário e ter rentabilidade mais alta. A pesquisa aponta que entregadores têm rendimento líquido entre R$ 1.980 e R$ 3.039 por mês, em uma jornada de 40h semanais. Para os motoristas, o valor fica entre R$ 2.925 e R$ 4.756.

“É possível ver na pesquisa que no mesmo nível de escolaridade o motorista ou entregador obtém uma renda maior na plataforma do que em um trabalho, por exemplo, com carteira assinada”, destaca o diretor-executivo da Abomitec.

A pesquisa estima que cerca de 40% dos motoristas que trabalham nas plataformas ganham mais de três salários mínimos por mês com as corridas. Entre entregadores, apenas 15% alcançam o valor. Desse grupo quase 70% garantem remuneração entre um e três salários mínimos com a atividade. Vale destacar que a coleta dos dados ocorreu quando o salário mínimo era de R$ 1.212.

Cenário de regulação

Por meio da pesquisa divulgada nesta terça, a associação que reúne empresas do setor espera subisidiar o debate em torno da regulaização da atividade. “Esperamos contribuir com o retrato, trazendo o que é esse setor, quais são as características, o que esses motoristas e entregadores valorizam para que possamos construir uma regulamentação com base em fatos”, ressalta André Porto.

Diante das demandas dos trabalhadores e entidades de classe, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva prepara a regulamentação das atividades no país. Em entrevista à coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), afirmou que o governo enviará um projeto de lei ao Congresso Nacional no 2º semestre de 2023.

A regularização da categoria atende uma promessa de campanha de Lula. O direito ao seguro de vida em caso de acidente é um dos pontos mais destacados pelas centrais sindicais.

“É porque nós vamos criar uma comissão de negociação; primeiro, com os sindicatos, com o governo, com os empresários, para a gente acabar com essa história de que o trabalhador de aplicativo é microempreendedor. Ele não é microempreendedor. Ele percebe que ele não é microempreendedor quando ele se machuca, quando fica doente, quando quebra a moto, quando quebra o carro. Ele começa a perceber que ele não tem um sistema de seguridade social que garanta a ele, num momento – eu diria – de sofrimento, num momento de infortúnio”, afirmou Lula em janeiro deste ano.

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